Salvador da Bahia. Bahia. Brasil. O lugar perfeito para encontrar a harmonia, a paz, o bem-estar. Encontrei tudo isso e muito mais. E tudo com fortes tempestades tropicais, também apropriadas, pelo estado de espírito, pela vinda logo de seguida de um Sol abrasador, soalheiro, a entranhar nos nossos corpos e a perfurar todas aquelas nuvens. Salvador é aquele lugar distante que os portugueses encontraram há já vários séculos e onde tudo parece encontrar-se como naquela época. Aliás, seguramente, tudo mais degradado, tudo mais caótico, mas tudo mais poético. Compreendo que por terem nascido ali, Jorge Amado, Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia, João Ubaldo Ribeiro e mais, as suas obras, as suas músicas, as suas vozes, estejam pejadas de emoção. Compreendo que Vinicius de Moraes, um dos maiores poetas da língua portuguesa, tenha escolhido a Praia de Itapuã, lhe tenha dedicado uma música, e que tenha passado muitos dos seus dias naquele lugar. Gostei das cores, do clima, do povo, das ruas, do Pelourinho, da Baía de Todos os Santos, do Sol, das praias, até das nuvens, das chuvas e da tempestade. Como nos disse o Seu Nascimento, motorista de profissão, nosso motorista naqueles dias, a Ivete Sangalo poderia viver onde quisesse mas mantêm-se ali, em Salvador, encarando de frente a Ilha de Itaparica. O que se sente ao percorrer aquelas ruas, observando aquele movimento, é inexplicável, é autêntica poesia. A pobreza é bela, não estranhamente, não choca os nossos sentidos, dá-nos vontade de dar. Há alegria, há humor, mais uma vez poesia. A poesia sempre presente. Corre sangue português nas veias daquela gente e isso é motivo de grande júbilo, de grande alegria, de enorme orgulho. Corre sangue português, africano, índio, e tantos mais, nas veias daquele povo, daquela gente. Como no título do livro de João Ubaldo Ribeiro só podemos gritar: Viva o Povo Brasileiro. Voltarei, sempre, àquele lugar.
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