29/12/08

...

Isto não é nada normal; eu sou anormal, só pode. Isso também não é grande novidade. Bom, não sei, mas quero que se lixe, sempre evitei um foda-se, foda-se lá o disse. Após um período de férias de 23 até ao dia de hoje, hoje, hoje que retomei a rotina do costume, hoje sinto-me repentinamente mais calmo. Isto não é nada normal, conheço esse sentimento. O que a rotina faz com a gente! E a outro propósito, ou ao mesmo, assertivo lancheira! Também conheço esse sentimento. Eu, por mim, tive um Gps tomtom para ver se me oriento melhor.

27/12/08

Reviver o Passado em Brideshead

Ao escrever este texto ainda só revi parte ínfima de Reviver o Passado em Brideshead. Estou no quarto de doze episódios. É a terceira vez que vejo e outras tantas verei, tantas quanto me apetecer. Está aqui à mão e é a melhor série de televisão que vi em toda a minha vida. Escrevo este texto ao som de uma música, ao som de uma melodia com uma suavidade perfeita. A da série. A emoção apodera-se. O regozijo é deveras incomensurável. É uma obra arrebatadora. São as emoções ao rubro, o assombro visual a entrar por nós adentro. E mais será mas que não consigo escrever e só sentir. Já a ofereci a algumas pessoas, por esta altura de Natal. E esta é uma boa época para a ver, para a sentir, o espírito de amizade, da profunda amizade, o mais belo dos sentimentos. E é isso o Natal. Jeremy Irons (Charles Ryder) e Anthony Andrews (Sebastian Flyte) interpretam as suas personagens de uma forma notável. Diana Quick (Julia Flyte) belíssima e perversamente arrogante. Alguns dos actores convidados, Claire Bloom, Sir Laurence Olivier e Sir John Gielgud, mais do que superiores: o melhor do mundo, a supremacia do teatro britânico. O argumento (baseado no romance de Evelyn Waugh), a música (composta e orquestrada por Geoffrey Burgon), os ambientes, todas as personagens, a alegria, a tristeza, vários sentimentos apoderam-se de nós. Para ver, e rever, e voltar a ver.

“ (…) os afectos de nossa alma, se são extremamente intensos, ateiam-se pela vizinhança ao corpo, chegando o corpo a padecer por enfermidade o que a alma padece por sentimento.” (S, VIII, 38). Padre António Vieira

26/12/08

Harold Pinter

Este blogue tem um título, uma descrição ao título, ambos significam que passam por aqui apenas (claro, nem sempre, mas sobretudo, seria redutor) coisas da minha vida. Não é uma espécie de diário, apenas transmissão de sensações, revelação de segredos, de gostos, de sentimentos, de desabafos e de alguns delírios. E é também este o caso, o do título. Harold Pinter passou pela minha vida, pela de muita gente; aliás, curiosamente, ando a ler nesta altura o seu único romance (os anões), precisamente agora que morreu no dia de véspera do Natal de 2008. Já escrevi sobre ele nesta postagem. Harold Pinter recebeu em 2005 o Prémio Nobel de Literatura. Harold Pinter morreu anteontem.
10 de Outubro de 1930 - 24 de Dezembro de 2008

25/12/08

feliz Natal


Nascimento
Paula Rego

24/12/08

o meu pai

O meu pai. O meu pai é uma das melhoras pessoas que conheço. Uma pessoa digna, correcta, com fortes princípios morais, à moda antiga: um homem de carácter, um homem confiável, um homem de palavra. O meu pai. É, ainda, um homem difícil, hipocondríaco, desde sempre. E, à moda antiga, melhor pessoa para os outros do que para os de casa. Não sabe fazer melhor, vejo isso hoje. E não vai mudar, convenci-me desse facto ao longo do meu percurso até à idade adulta. Agora está doente, há uns poucos anos. Acho que sempre o foi. Agora está descalço, desprotegido, precisa de ajuda e não sabe como a obter. E nós, os de casa, não sabemos como o ajudar. A sua doença é das mais difíceis de aceitar e compreender. É um homem deprimido, um homem com cismas, um homem cansado, triste e solitário. Por opção, ou por outras circunstâncias, pois sempre foi estimado por todos os que o rodeiam, pelos de fora, pelos seus pais quando vivos (o orgulho que tinham nele ...), pelos seus irmãos, pela família da mãe. Sempre teve amigos, sempre o apreciaram. Foi um profissional exemplar, com vários louvores. O meu pai. O meu pai sempre afastou dele os de casa, a mãe, sua mulher, os filhos, eu, e a minha irmã que faleceu em 1989. Mas sempre esteve convencido, ainda está, que são os de casa que se afastam dele. Não é verdade, nem por mim o digo, sei-o pela mãe que sempre foi uma boa mãe para nós e uma boa mulher para ele. Também ela difícil, também ela cansada. Mas sempre presente, sempre pronta a ajudar e sempre pronta a dar, a nós, a mim, e a ele. Nesta época de Natal o meu pai está deitado, cansado, triste e infeliz. Sofreu vários revezes ao longo da sua vida, filho mais velho, cuidou da sua família até ao casamento, perdeu uma filha, tem um filho (eu) e uma mulher (a mãe) que não lhe dão tréguas. O meu pai. É o meu pai e eu sei que ele é um homem bom. Só não o sabe mostrar, a nós, aos de casa, aos que mais gostam dele. Eu hoje quero que ele venha a minha casa passar o Natal com a minha família, com o neto, com o rapaz que é o seu orgulho, o orgulho de todos nós. O B. é uma pessoa especial, é o filho que ele sempre quis ter, "ofereci-lho", eu, e é a única pessoa que o acalma, que lhe traz alguma paz. E é com ele, com o seu neto, com o meu filho, que eu quero que ele partilhe a noite de Natal. Se ele não vier cá, vamos nós lá. Mas seria bom que o meu pai saísse do marasmo em que se encontra. Eu não tenho nada a desculpar-lhe, seria um péssimo filho se ainda guardasse ressentimentos por factos que já passaram, por acontecimentos antigos, por pormenores escusados. O meu pai. É este, não tenho outro, não preciso de outro, tenho orgulho nele, não precisa de me demonstrar nada. Feliz Natal pai, aqui, em minha casa, ou na sua casa. Sempre estivemos tão perto e tão longe. Não vale a pena mais distâncias. Basta a sua presença, ou a minha, a nossa, presença consigo.

23/12/08

obrigado, acho, LOL

E porque achei graça, muita graça, aqui fica o comentário a esta e a esta postagens enviada pela Feminomania:
O seu nome "toninho" realça o lado marialva, do machão português: é jocoso, bronco, chico-esperto, cheira a cavalo e está sempre na crista da onda! julga ter crista e ser respingão; mais não é do que a adulteração vernácula da pureza ética, formadora do ser humano social e culturalmente equilibrado. Só se afirma quando fornica...os outros e em sentido lato.

20/12/08

Os Contemporâneos

A melhor série de humor portuguesa dos últimos anos. Os Contemporâneos! Basta ver isto, isto, mais isto e muito mais. Quanto ao Herman, e como já deve andar pela idade da reforma, bora para casa (bom, o homem diz cada coisa, veste cada coisa! será aparentado com o Castelo-Branco?). Quanto aos Gatos, nunca lhes achei a menor das piadas (bom, são bem Fedorentos - souberam escolher o nome, bem apropriado).

19/12/08

tempos modernos

Triste.
Hoje vi o desespero estampado nas caras de um jovem casal.
Ávidos por dinheiro.
Cheios de dívidas.
Capazes de qualquer humilhação para conseguirem o vil metal.
Neste caso, notas, tantas e tão poucas que não consegui contá-las.
Triste.
Têm ambos menos de trinta anos.
Têm uma criança pequena, de três ou quatro anos.
Têm, também, por suprimento, uma boa casa, um bom carro, e outras coisas do género.
Têm mais dívidas, a triplicar do valor dos bens que têm em sua posse.
É a vida da maioria dos portugueses.
Triste.
Perderam a dignidade e não têm sequer trinta anos.
Não têm trabalho, usam pequenos esquemas (lícitos, parece-me).
Receberam hoje algum dinheiro.
Pouco, muito pouco, para o que precisam (será que o mereciam?).
Esgotaram-nos a todos.
Triste.
Ele, desesperado, só caralhadas lhe saíam de dentro.
Ela, desanimada com tudo, faltou chorar.
Saíram rápido, depois de tanta perseguição, levando consigo algum dinheiro para se safarem de alguma coisa.
Boa sorte. Porém, adeus.
A honra podem encontrá-la outra vez.
Triste, acho.

António

Bom, alguém que lê este blogue (e que até me lê melhor a mim) quer que eu mude o nome Toninho. Quer é forte, sugere. Sugere também é fraco, vai insistindo com alguma força. Os homens não se vergam às mulheres. Esta mulher também não se verga a quase nada (também é por isso que eu a aprecio). Relações de forças brandas, tempestuosas também. Gosto disso. As fracas não me atraem. Mas eu não mudo, para já. Não que eu tenha alguma coisa a ver com o reproduzido abaixo (se calhar, sei lá ...). Mas a letra até tem bem piada. E é bem melhor ser malandro do que tóninho. Com acento, como convém, para destrinçar. O nome sugere várias coisas, enfim. Tóninho, de tonho. Toninho, de rufia. Toninho, de nada. Toninho, de muita coisa. E como eu gosto de tascas, tasquinhas e afins, fica, para já, TONINHO. É o meu fado, não aquele, mas outros fados.
Ass. António.

FADO TONINHO

Dizem que é mau, que faz e acontece! Arma confusão e o diabo a sete! Agarrem-me que eu vou-me a ele, nem sei o que lhe faço! Desgrenho os cabelos, esborrato os lábios... Se não me seguram, dou-lhe forte e feio! Beijinhos na boca... Arrepios no peito... E pagas as favas! Eu digo, enfim: “Ó meu rapazinho és fraco para mim!” De peito feito, ele ginga o passo; arregaça as mangas e escarra pró lado. Anda lá, meu cobardolas! Vem cá, mano a mano! Eu faço e aconteço; eu posso, eu mando! Se não me seguram, dou-lhe forte e feio! Beijinhos na boca... Arrepios no peito... E pagas as favas! Eu digo, enfim: “Ó meu rapazinho, sou tão má para ti!” “Ó meu rapazinho, ai...” Eu digo assim: “Se não me seguram, dou cabo de ti!”
(letra e música: Pedro da Silva Martins)
Deolinda

18/12/08

C7

C7
Extraordinário actor, este Nuno Lopes.

...

Se Portugal precisa de uma alternativa de Governo ,qual a alternativa existente? Eu sei que urge uma alternativa, quase todos poucos sabemos, há aqueles que insistem no senhor Primeiro-Ministro, tantos, valha-nos Alguém! A questão não é afirmar que precisamos de uma alternativa de Governo, pura demagogia, a resposta é apresentar uma alternativa concreta. Qual? Eu não vislumbro nenhuma, mesmo nada. Atrevo-me a concordar com o meu amigo Gabriel (Blasfémias) quando escreve, ou cita, nunca sei: "O PSD acabou: a direcção do partido anunciou a candidatura de Santana Lopes a Lisboa."

17/12/08

Nanni Moretti


Hoje, no "Público":
"Não sei se quero continuar a fazer sempre o mesmo filme"

Pois, nem eu. A repetição cansa. Mas há tanta coisa nova. Tanta coisa em mudança. Por exemplo, hoje comprei um frigorífico e uma máquina da roupa novos. Sei lá, os pequenos nadas animam a vida. E se falar em móveis, aos montes, novos, para o escritório? Ainda melhor! Brincadeiras à parte, Nanni Moretti fez "O Quarto do Filho" ! Quem faz um filme destes torna-se imortal. Sem mais discussão.

cromos há muitos

Estive num jantar de Natal. Desses que se fazem por esta altura, jantar de Natal por altura do Natal. Correu bem, estava tudo muito bem-disposto. No meio de muitos, sempre um cromo, no caso uma valente croma com um filho bastante cromo. Cromático, sinónimo, antónimo, de qualquer coisa que repele os outros. Um filho que a crescer assim irá ser bem a cara da croma: personalidade zero, fibra gordurosa, o verdadeiro cromo lambe-botas. Bom, se fosse escrever sobre o cromo progenitor masculino não sairia daqui. Não vale a pena. Como sou avesso a essa merda, foda-se! Não se fala assim de uma criança, eu sei, mas trata-se de um caso verdadeiramente especial. As crianças mal-educadas são tão assustadoras. Também pudera, com os pais que tem.

16/12/08

babado não, orgulhoso e feliz!

Perceber que o nosso filho tem fibra e personalidade é das maiores alegrias que podemos, ou posso ter eu. Muito mais do que qualquer outra coisa. Sabê-lo forte e determinado é motivo de grande orgulho, de grande excitação, de grande alegria. B., és o maior! Ser pré-adolescente está a ser bem cool.

12/12/08

Jane Fonda ...

... e como se pode envelhecer bem. Triste figura vi ontem, ao fazer zapping, da apresentadora de televisão (não me venham dizer que é jornalista) Manuela Moura Guedes. Esta senhora deveria começar o seu jornal dizendo: "Boa noite, eu sou a boneca virtual conhecida por Manuela Moura Guedes". Ainda por cima, tão básica! Confrangedor! Não sei o que me deu para comparar a Jane Fonda àquela outra. Enfim, "singularidades de um rapaz do Norte" - quase parafraseando carago!

11/12/08

cem velas

Nascido a 11 de Dezembro de 1908, o mais antigo realizador do mundo sopra hoje cem velas , a rodar as cenas finais do seu último filme "Singularidades de uma rapariga loira". E já há um novo projecto para um novo filme. Aproveito para corrigir aqui este texto onde referi (antecipadamente) os cem anos de Manoel de Oliveira. Parabéns!

10/12/08

agradecimento

Obrigado! São poucas as palavras para descrever o que senti ao ver o seu filme. Há cinco filmes portugueses de que gosto especialmente:
1. Manhã Submersa - Lauro António, 1980;
2. A Outra Margem - Luís Filipe Rocha, 2007;
3. Party - Manoel de Oliveira, 1996;
4. Vale Abraão - Manoel de Oliveira, 1993;
5. Os Verdes Anos - Paulo Rocha, 1963.
Há tantos outros ... O cinema português é para ver, ver e ver. E rever, rever e rever. É nosso e é bom. E ponto final.

08/12/08

António Alçada Baptista



Li o livro "Peregrinação Interior I - Reflexões Sobre Deus" aos dezassete anos, obrigado, a Universidade Católica Portuguesa assim o exigia. Foi o padre da minha paróquia - Foz do Douro - quem mo emprestou, lembro-me, afirmou que seria um livro difícil para um adolescente. Mas li-o, contrariado, e afinal gostei. Ainda por cima, naquela altura, foi exactamente o tema do meu exame de admissão à Universidade Católica Portuguesa. O padre ficou zangado, sublinhei-o até à exaustão. Tive de lhe comprar um livro novo e fiquei com o velho rabiscado. Não sei onde o livro pára, já não o tenho comigo. Nunca mais o esqueci.
António Alçada Baptista
1927-2008

07/12/08

os dez mais ...

1. Paris, Texas - Wim Wenders, 1984;
2. A Estrada - Federico Fellini, 1954;
3. Tudo Sobre a Minha Mãe - Pedro Almodóvar, 1999;
4. Noites de Cabiria - Federico Fellini, 1957;
5. Fala com Ela - Pedro Almodóvar, 2002;
6. Bruscamente no Verão Passado - Joseph L. Mankiewickz, 1959;
7. Tess - Roman Polanski, 1979;
8. Laura - Otto Preminger 1944;
9. Strombolli - Roberto Rossellini, 1949;
10. Belíssima - Luchino Visconti, 1951.

06/12/08

...

Revi este filme há pouco tempo, por altura da morte de Paul Newman. Gostei do filme, dos actores, gosto do realizador Richard Brooks, gosto de Tennesse Williams (as suas peças, os diálogos, sempre uma tempestade de emoções). Apesar dos elogios, feitos por este Ilustre Senhor, não concebo qualquer tipo de comparação entre Geraldine Page e Lili Caneças. Apreciei, sobretudo, a referência a que a última senhora é por si só uma actriz (ou seja, não é uma senhora) - facto esse que lhe trará alguma vantagem na peça. Eu, por mim, passo. Esta peça, com esta gente, claro. Já agora, porque é que este Ilustre Senhor não nos oferece outro filme como este?

detalhes

Às vezes parece tudo tão sério.
Outras, parece que anda tudo a gozar.
Foda-se, se não somos autênticos não vale a pena.
Eu não posso pensar que estou com alguém e esse alguém não é ninguém pois é tudo menos aquilo que está a mostrar.
E isto acontece todos os dias, a todas as horas, a todos os momentos.
Se não vivemos com alguma inocência não podemos ser brava gente.
Inocência, coragem, determinação e força.
Inteligência sempre alerta.
Tudo finge, mas só o poeta é que é o verdadeiro fingidor.
Ontem encontrei um velho amigo, conhecido.
Tão pueril, tão inocente, ainda, passados tantos anos.
O extremo oposto.
Até comoveu, até doeu. Igual a tantos anos atrás, tão só, tão triste, sem ninguém. Será? Pareceu.
O que terá pensado deste lado daqui?
Quase nem falei, quase nem opinei. Fiquei a ouvir. Fiquei a observar.
Sentiu-se desconfortável, senti. Foi embora. Não perguntou por nada. Eu não me atrevi a perguntar por quase nada. Limitou-se a falar dos nossos colegas "famosos", a dizer mal, a dizer que não aparecem bem em televisão, que estão velhos, carecas, gordos, a televisão não os favorece, a vida deles não vale nada. Como é que isto é possível?
Achei tão triste. Afinal que vida, ou que vidas, merecem a pena amigo?
É tudo tão simples, basta olhar de frente.
É tudo tão simples, basta construir alguma coisa.
É tudo tão simples, basta viver bem.
A felicidade, de qualquer forma, é tão abstracta.

04/12/08

brava gente nossa

Pelas mais diversas circunstâncias vamos perdendo gente, ou gentes, ao longo da nossa vida. Há gente de família que não perdemos mas que estão lá longe, lá longe, lá bem longe. Passados tantos anos só existem as memórias passadas e as mais recentes já não nos dizem, lhes dizem, respeito, pena, tanto a partilhar com essas gentes, com a minha brava gente. Há a saudade. Vou lá passar, um dia destes. Há amigos a quem se vai perdendo o rasto mas que estão sempre em memória, tantos momentos passados, tantas vivências, a nossa existência de hoje não seria a mesma se não tivessem passado pela nossa vida. Mas estão longe, lá longe, lá bem longe, nem sabemos onde, não há vidas comuns agora. Há a saudade. Vou procurá-los, um dia destes. E há outros, sim, os que não estão mas que estão sempre, os que precisam de nós e vamos, os que precisamos deles e estão. Aqui há uma saudade mas suave, ténue, sabemos onde estão, sabem onde estamos. Vou já chamá-los, agora.

01/12/08

consciência social

Se o Rio de Janeiro é a Cidade Maravilhosa pode ensinar-nos, se estivermos atentos e não olharmos só à aparência, a melhorar a nossa consciência social. Três exemplos, três brasileiros, dois filmes, um livro, para conhecer melhor o outro lado Rio de Janeiro para além do cartão postal. Para ver, apreciar, e sobretudo reflectir. E agir. Quando e como pudermos. Não vamos fugir, vamos olhar e fazer. Vamos actuar sempre que for preciso. O Rio não é assim, como naqueles dois filmes, como naquele livro? Pode não ser só, mas será muito como ali, ali e ali. Cidade Maravilhosa? Pô, é!
"A psicologia social deste século ensinou-nos uma importante lição:
usualmente não é o carácter de uma pessoa que determina como ela age mas sim a situação na qual ela se encontra".

III



Tropa de Elite
José Padilha
Brasil, 2007

II



Cidade de Deus
Fernando Meirelles
Brasil, 2002

I



Inferno
Patricia Melo
Brasil, 2000
(edição em 2003)

30/11/08

Surveillance

Numa cidade, à procura da descoberta de perigosos e brutais assassinos, dois agentes do F.B.I., três testemunhas do massacre, cada uma com uma versão diferente dos factos, todas dizem verdade (as suas), ou mentira (as delas), para quem assistiu, todas julgam saber, ou não. Talvez. A versão de cada uma das testemunhas vai sendo apresentada ao longo dos seus interrogatórios numa perspectiva interessante e original nas cenas mostradas em flashback. Apesar de se sentir a presença de David Lynch o filme avança em direcções diferentes, brinca com o próprio argumento, ironiza com os clichés habitualmente existentes neste tipo de filme (thriller). Nunca cai no habitual, sempre interessante. O resultado é uma paródia ao próprio filme e às próprias personagens. Desconcertante, audaz, apesar de tudo algo previsível mas que merece a pena ver. Thriller? Sátira? Humor Negro? Comédia alucinante? Filme de terror? Um filme romântico? Tudo junto? Perverso sim, não fosse a realizadora ser filha de quem é.


Surveillance, 2008
Jennifer Chambers Lynch

28/11/08

cartão de apresentação

Criar um cartão de apresentação com fotografia parece ser o último grito nesta matéria. Agora, se com uma fotografia do próprio já é estranho..., recorrer a uma fotografia de terceiro parece-me (no mínimo) bizarro. Estou mesmo a imaginar a cena com tipas muito tipas que decidem contratar o tipo do cartão, ou a empresa do cartão, ou os serviços oferecidos, ou o raio.
-Eh pá, o gajo é giro, bora chamá-lo.
-Eh pá, então fomos chamar o gajo e o gajo não é o da foto, fónix, vá mazé dar uma volta que eu já venho!
-Eu sou só o dono da empresa, que é como quem diz, eu sou o presidente da minha junta, desculpem, mas eu até paguei ao gajo e agora mandam-me a mim embora?! Não é justo, eu não tenho culpa, caraças. Olhe que a empresa presta óptimos serviços; se quiserem até chamo o gajo, se é ele que vende. Eu faço o que for preciso. Fónix.
No meio desta grande pirosice o pior de tudo é que a estratégia de marketing não podia ser pior. Anda tudo pirado da cabeça. Fónix! Foda-se mesmo. Eu se calhar sou ainda pior, tenho a foto ali ao lado. Ah, serei eu ou o Jorge Gabriel? Não vejo jeitos. O da televisão é muito mais convocado. Bora, ó Jorge, quer escrever no blogue? Você até sabes umas merdas de futebol, eu não percebo um caralho dessa matéria, sempre havia mais visitas, o futebol é o ópio do povo, aquelas frases de merda que se dizem, sei lá. O blogue é novo, precisa de publicidade, enfim, bela negociata. É pegar ou largar!

27/11/08

...

Bom, descobri isto agora. Nem sei como, mas que já me ri, lá isso. Há gajos com sentido de humor, ainda bem, é tudo tão marasmo.

claro, nem tudo vale a pena !

A desilusão é triste. A desilusão quando surge, assim, de repente, sem contarmos, é muito triste. A desilusão sobre alguém, ou sobre alguma coisa, deixa-nos tristes pois tudo o que passou para trás parece um deserto, um vazio, um descontentamento mesmo descontente. O que vale é que mais aparecem gratas surpresas do que amargas desilusões. Quanto a nós, as desilusões que vamos provocando a terceiros podem ser irremediáveis. Sobretudo, se a desilusão é mútua. Sobretudo, se uma das partes já não está disposta a ouvir. E há coisas para as quais já não há paciência. E há outras, apesar dos pesares, que valem sempre a pena e onde a paciência vai permanecendo e nem queremos que vá.
Por falar em desilusão ...
E quando alguém, uma pessoa, nos dá cada vez mais motivo de rejubilo? A felicidade é plena, nem vale a pena pensar em desilusões. Passou. Passa sempre. Assim como o contrário, permanece. E é por aqui que a nossa felicidade vai sendo construída.

26/11/08

Bom dia, Vietnam

Os muros são, muitas vezes, difíceis de transpor. Os muros criam barreiras, sublinham a clivagem entre dois lados. A maioria, parece-me, está do lado errado do seu muro. Está do lado de fora, do lado oposto ao que seria mais sadio estar. Digo eu, pouco importará o muro dos outros. Acho que vamos tendo aquilo que merecemos, as nossas opções diárias vão-nos empurrando para dentro ou fora do muro que nos está destinado. E eu estou cansado de pessoas inúteis, estou-me a tornar repetitivo. E eu estou cansado de pessoas que nos incutem (aquelas que opinam em demasia, directamente, a nós, sobre a nossa vida, sobre a nossa pessoa, credo, ámen , mas longe) para o lado errado do muro, estou-me a tornar repetitivo. Claro, Mea Culpa! E estou, por outro lado, muito feliz por ainda estar no lado certo do meu muro. Pelo menos, do lado que eu sei que quero estar. Mas há muros intransponíveis, acabei de saltar por um. Bom dia, antes de mais. BOM DIA, VIETNAM !

24/11/08

observação (in) directa

Estar numa festa onde estão (por acaso) oito ou nove professores, nos tempos que correm, pode já ser considerado uma reunião secreta ou coisa pior. Agora, perceber, pelas conversas que se vão ouvindo, que os professores dos nossos filhos não percebem um caralho de educação é o caos; ou, então, que não saibam distinguir entre faltas seguidas ou interpoladas e a sua diferente valoração jurídica é de rir às gargalhadas; ainda, entre um sem número de outros impropérios, que tenham como principais autores de referência, professores da disciplina de Português, licenciados em literatura, ou línguas, em germânicas, românicas, sei lá, Paulo Coelho, Nicholas Sparks ou o Konsalik é de bradar aos infernos e dizer: eu tenho de controlar a educação do meu filho na tarefa que incumbiria ao professor, socorro! Foda-se, esta coisa está mesmo mal. Torre de Babel. Excepção à regra. Ou regra à excepção? Estarei mesmo eu de que lado do muro? Ah, já caiu, é verdade.

21/11/08

Ingrid Bergman & Roberto Rossellini



Histórias de amor. Cumplicidades. Pessoas interessantes, atraentes. Construção de muitas coisas. Vidas que valem a pena. O oco não é nada. O vazio esvazia mesmo. Não terá sido o caso. Mesmo que tenha acabado, terá acontecido muita coisa durante. Gente que eu gosto de olhar.

um dia cansativo

Foi um dia feliz, o de ontem.
Cansativo, muito cansativo, para todos, tão cansativo que quase adormecíamos ao jantar (e num restaurante tão "jeitoso").
Porém, um dia feliz. O dia de uma pessoa especial.
Amanhã será outro - outro dia especial para outra pessoa especial.
Os dias sucedem-se a um ritmo alucinante. Estas datas, estes dias, passam sem que haja tempo de os agarrar. Foda-se!

19/11/08

um dia feliz

Há dias que correm bem.
Outros, claro, um desastre.
Passei um dia infeliz, uns dias atrás, cheio de angústia.
Passei um dia feliz, hoje, porque sim, parece que tudo corre sobre rodas.
O dia de amanhã, e os que virão por aí, trarão mais angústias, mais alegrias, sobretudo mais ciência.
É uma sucessão de sensações, impressões, sentimentos e sensibilidade.
Amanhã é dia de aniversário.
O dia de amanhã, para já, daqui a já vinte minutos, será o dia de uma pessoa especial. Espero que seja um dos dias felizes. Será!

17/11/08

Irreversível


Há coisas que mais valem ser analisadas ao contrário.
Imperdível, mas só para quem gosta de emoções muito fortes e sabe sentir o que podemos ser ou naquilo que nos podemos tornar quando nos fazem mal. Não podemos só observar aquilo que parece. Não devemos mesmo só atender às aparências e ao desfecho das coisas.
(Monica, ai Monica)
IrreversívelJustificar completamente/Irréversible
Garpar Noé
França, 2002

16/11/08

O Príncipe, de Maquiavel

E os homens em geral julgam mais pelos olhos que pelas mãos, porque ver é coisa que toca a todos, e sentir a poucos. Todos vêem o que parecemos, poucos sentem o que somos. Porque o vulgo apenas atende às aparências e ao desfecho das coisas.

conhecimento


Sócrates dizia que sua sabedoria era limitada à sua própria ignorância – Só sei que nada sei. Acreditava que os actos errados eram consequência da própria ignorância. Nunca proclamou que era sábio.

quer dizer pois

Neste mundo em que se vive de vãs aparências, faz-nos falta parar, pensar, reflectir, Devemos parar. Devemos pensar. Devemos reflectir. Há coisas que não merecem a pena. Há outras que não devemos deixar escapar. Por mero acaso, numa noite de pura (e profunda) reflexão, a minha consciência, como que por assombro (somos muitas vezes eternas crianças), concluiu perceber que pode ser tarde para, de repente, perdermos tudo aquilo que nos é raro. As pessoas, em geral, assustam-se com o pensamento. Fogem, perdem-se em devaneios, delírios para escapar a uma vida inútil. Para fugir, perdem-se ainda mais. Eu não gostaria de fugir a nada. Se estou onde estou é porque gosto e quero estar. E hoje, seguramente, sei que, neste exacto momento, estou no local certo, com as pessoas certas, com quem eu quero (e escolhi) estar. E é tão bom esse aconchego, a certeza que o nosso abrigo é o local que nós elegemos para o nosso bem-estar. E para os outros basta dar o mesmo, o nosso peito, para que se sintam também aconchegados. Nada se recebe se não existir troca. Isto não é esquisito, esquisito é perceber que a maioria não gosta de pensar e assusta-se com a reflexão. Cansam-me os inúteis. Cansam-me os que pensam perceber mais do que aquilo que realmente sabem. Cansam-me os que opinam (directamente, com a moderna frontalidade) com sabedorias de vida e os que pretendem transmitir ensinamentos, quando pouco sabem ou o que sabem não passam de devaneios (as suas próprias vidas são tão inócuas). Cansam-me os que falam de mais (comummente despropositados) ou aqueles que nada dizem (comummente poltrões). Hoje, seguramente, também estranhamente, tornei-me uma pessoa melhor. Sei disso, mas vou descentrar-me. Continuo a revelar segredos transmitidos em confiança. Inconfidências, quer dizer pois.

14/11/08

...

A perfeição existe? A imperfeição é um defeito? Perfeição e imperfeição - conceitos indeterminados. Dois conceitos, duas épocas, duas mulheres, antagonismo ao rubro! Sinal vermelho. A plebe espanhola (Rossy de Palma) e a aristocrata plebeia (Grace Kelly). A “monstra” e a “bela”. Será? Interessará?

estereótipos, mais uma vez




12/11/08

inocência perdida

Porque é que há a natural tendência para valorizar o nosso trabalho em detrimento do trabalho dos outros?

Porque é que a maioria acha que o seu trabalho é o mais exigente, o mais cansativo, e que lhe exigem muito mais do que no trabalho dos outros?

Porque é que o nosso cansaço profissional tem de ser visto como superior aos demais?

Parecem-me grandes equívocos.

Os outros não fazem nada, eu faço muito mais é uma grande caralhada. Não tenho paciência (mais uma vez) para ouvir permanentes queixas e vanglorias sobre a exaustão do dia-a-dia. Nem da minha, que fará da dos outros. Enfim, acabei de cair no mesmo erro. Eu sei.

10/11/08

sim, confesso

Não é altivez, apenas constatação (a minha) .
Não é preconceito, ter preconceito, afirmar preconceito, é em si preconceito.
Não é arrogância, apenas punição.
Não é pecado, esse conceito, disseram-mo, não existe.
Às vezes falta-me é paciência. Fleuma, sim, é isso. O desapego quando se instala é fodido. Irreversível.
Confesso-me quase inocente, se é que o juízo se aplica. Obviamente, objecto de critica. Certamente, sujeito a desapreço. Seguramente, sujeito a inconvenientes. Sim, incongruências.
Não é aquilo que é mas só o que eu penso que é, o que foi, e o que não sei se será. Pois, parece-me que nunca é tarde para nada. Para já, pelo menos.

Ciranda de Pedra

Por falar na infância, na adolescência, nas angústias porque todos passamos, nas forças adquiridas após experiências aparentemente traumáticas (ou mesmo traumáticas) , eis um excelente livro para perceber algumas dessas angústias, alguns desses medos e, sobretudo, perceber (melhor) que o mundo é muito mais do que a simples aparência externa. Há muito mais dentro de nós do que aquilo que podemos supor. Os outros são tão diferentes daquilo que só nos deixam ver. E é com todas as vivências do passado, por mais dolorosos, por mais difíceis, por mais traumáticas, que podemos crescer com mais força. Devemos olhar para nós, para os outros com mais atenção. Nunca devemos cair de costas, olhar a via sempre de frente.

"...um dia, um besouro caiu de costas. E besouro que cai de costas não se levanta nunca mais".

Ciranda de Pedra, 1954
(Prémio Camões 2005)

09/11/08

os outros e eu

Acontece por diversas ocasiões queixas sobre a nossa própria vida, sobre o que foi a nossa vida no antigo, com todos os traumas, com todas as angústias, grandes ou pequenas, as que fomos acumulando na nossa alma. As alegrias são mais recordadas, ainda bem, a nossa memória faz uma boa selecção para aguentarmos esta vida que vai passando. Vamos abstraindo, porém, as vivências dos outros, muitas vezes bem piores do que as nossas, muito mais dolorosas, as verdadeiramente sofridas. Passados tantos anos, a lucidez de que a minha infância decorreu com tranquilidade e sem grandes (ou nenhuns) sobressaltos! Na minha infância eu fui feliz, entre o campo e a cidade, em viagens que na altura pareciam intermináveis e que hoje não demoram mais de trinta minutos. O cheiro a eucalipto, os banhos no rio, o convívio com os meus muito primos, tardes e tardes que adiavam o fim, o tempo a correr muito devagar, o calor apertado no Verão e o frio de rachar no Inverno (como me lembro das fortes labaredas das enormes fogueiras), os baloiços que nos levavam às alturas entre as árvores. Os meus avós, os meus tios, os meus primos, os meus amigos, todos à espera, sempre de braços mais do que abertos. A minha prima predilecta, tanta brincadeira, tanta saudade também. E tanta picardia, bem própria da idade. Lembras-te, miúda? A minha adolescência correu cheia de sobressaltos, passou devagar, senti-me revolto como o meu corpo em transformação. Chegaram os dezoitos anos e voltei a ser feliz. A amiga da minha prima predilecta deu o empurrão. Esperança, tantos projectos, o mundo todo por minha conta (e eu sentia-o assim, sentia-me o príncipe do mundo, o mundo à minha espera). As angústias, os pensamentos mais dolorosos, sempre presentes. Mas mais controlados, a força apoderara-se, a adolescência criou fortes reacções, enormes defesas, armas que ficaram até hoje. E os outros? Os outros à minha volta, o que se passaria com eles, na sua infância, na sua adolescência? Os outros, as pessoas minha geração, com outras vivências, com outros meios, aqueles que lutaram com reais dificuldades, com tantas provações. Eu não os via, confesso. Eu observava e não os queria ver, penitencio-me. Eu não tinha idade para os querer ver. Eu via mas não queria ver. Ele só via os iguais a ele. Ele, aquele, eu. E eu sei que me queixo, hoje, do passado, mas sei que supérfluo. Tão em vão. Há sempre os outros, os outros que amargaram, os que sobreviviam com dificuldades, os que cresceram com factos que nem por sonhos imaginava que pudessem acontecer. Eu recebi elogios, sempre. Queixei-me por não receber mais, mas sempre os recebi. Ajudaram tanto. Chorei porque me criticaram, mas era tudo tão ténue, tão natural, entre crianças, entre adolescentes. Até isso ajudou (e muito). Vejo isso agora. Há tantos que cresceram sem afectos. Os outros merecem o nosso olhar. Os outros merecem a nossa solidarização. Os outros, os mais desprotegidos, merecem ainda mais o nosso cuidado. A nossa cooperação, nunca o nosso desdém. Somos todos tão iguais. Orgulho e preconceito. Pesado. O preconceito é só uma forma de prejuízo para nós, nunca para os outros. O orgulho deve estender-se aos outros, muito mais do que a nós.

07/11/08

06/11/08

tempo

Estou sem tempo. Nenhum tempo, para quase nada, só para o trabalho. E isso é mau, muito mau. E também é bom, muito bom. Isto não é nada normal, raríssimo! E logo agora que tantas coisas brotam. Eu vou arranjar tempo. Para aqui. Para outras coisas. Os prazos judiciais dão cabo do meu tempo é o que é. E prazo e tempo são sinónimos, foda-se. E uma coisa a dar cabo da outra? Isto não é nada normal, raríssimo! Dá-me tanto prazer esta amálgama do tempo, da sua falta e do correr contra ele. Adrenalina, como gosto. Entretanto, agradeço os honrosos elogios e, claro, vou passando os olhos por aqui. Prometo que vou arranjar um prazo para ter mais tempo de ler melhor. Isto do tempo é mesmo um contratempo!

01/11/08

coisas

Não é fácil perceber os nossos comportamentos, os dos outros menos. O coração cede muitas vezes à razão. A razão oprime, por vezes não nos deixa viver em união. O coração abre, a razão fecha. A razão alerta, o coração perturba. O desassossego é permanente se ambos não se encontram, se ambos não caminham na mesma direcção. Não me sinto oprimido, também não me sinto livre, sinto-me espartilhado num mundo vertiginoso. Todos nos sentiremos assim, não, não sou o único, como na música. Eu quero, sou livre. Eu não posso, há compromissos a cumprir. Eu quero exercer a minha honra. Eu quero, sobretudo, o amor. Não falo do carnal (esse parece tão descartável). Falo do amor que todos precisamos sentir. Eu gosto dos outros, os outros gostam de nós. Os outros são aqueles de quem nós gostamos e os que queremos que gostem de nós. Só isso. Afinal, tão pouco. Porque é que, então, às vezes permanece (ou parece) tudo tão intricado?




29/10/08

HOLOCAUSTO



Por falar em memórias, Holocausto foi uma das mini-séries que mais marcou a minha pré-adolescência. Poderei mesmo dizer a mais marcante de todas, pelo menos a que mais influenciou a minha consciência cívica. Teria eu uns doze anos quando sonhava todas as noites com Inga (personagem de Meryl Streep, sim, ainda me lembro bem do nome) e com toda a saga de atrocidades cometidas contra o povo judeu dos anos 30 até 1945. Um comovente, impressionante e arrebatador retrato da luta do povo judeu. Agora percebo bem a angústia de minha mãe na luta entre deixar que eu visse ou recusar fazê-lo. Eu não sei se gostaria que o meu filho de doze anos visse isto agora. Não! Demasiado novo para ver tanto mal.


Acabada de sair em DVD (16 de Outubro de 2008). Imperdível, mesmo que a rever com a angústia de quem a viu ainda criança.

Nastassja Kinsky


Imagens que ficaram na minha memória. Estas têm tantos anos, bolas. Os meus amigos oferereciam-me estes recortes nos meus aniversários. Lembram-se? Há mais de vinte anos. Na altura, a actriz que eu mais gostava (a todos os níveis e mais alguns).

28/10/08

justificar para quê ...

Se não fosse aquilo que diz que não é não precisaria de tanta justificação sobre o que quer parecer, para o que diz ser, para justificar o que não é sequer justificável. Perdeu mais tempo a explicar o que não quer parecer do que a falar do motivo real do texto. Pena, há pessoas que precisam de se justificar continuamente. Parecer, a idade ajuda a não ter que dar grandes explicações. Mas eu continuo a achar piada aos textos, às opinões deste Senhor.
"Manhã Submersa" já está tão longe (continua a comover, sempre).
"Mamma Mia" é uma libertação (vai continuar a divertir, agora e daqui a muito tempo).

23/10/08

Bimby




Eu espero que esta merda funcione pois, caso contrário, há mortes, ferimentos, atropelamentos e mais que seja, aos rodos!
Nota: Serve, ainda, para reforçar a última "posta"; é que parece que isto também está muito na moda. Está tão na moda que parece ser o "maior sonho" de qualquer dona-de-casa (ai, estas mulheres!). Sem ofensa, claro.

22/10/08

sem comentários



Jornal Público
On Line
22-10-2008 14:59:00
Narendra Kumar
Fotografia:
Arko Datta/Reuters
(a guerra na moda; fantástica foto; desculpem a usurpação.)

Sexo e a Cidade

A estilista Vivienne Westwood saiu dez minutos após o início na estreia do filme "Sexo e a Cidade". Além de referir que não ficou impressionada com as suas próprias criações referiu, ainda, que as peças de roupa, às dezenas e dezenas que as personagens foram exibindo, eram bastante "aborrecidas". "Eu pensei que o filme "Sexo e a Cidade" teria peças de roupa na vanguarda da moda mas não houve nada de memorável ou interessante que eu tivesse visto. Eu fui à estreia mas saí dez minutos depois".
Ora, concordando quase em absoluto com as palavras da estilista, tendo eu aguentado não mais do que meia hora e pouco do filme, mais do que ela pois na vanguarda da moda estará obviamente à minha frente, resta acrescentar que o restante era mais do que execrável. O consumo também aqui, mais nada. Concordando quase em absoluto pois gostei do vestido de noiva de Vivienne Westwood usado por "Carrie" (Sarah Jessica Parker).

comer sabão faz bem

Estou a começar a ficar tonto, se é que já não estou há muito tempo, com o vazio desta coisa que é o consumo. É que já estou mesmo a não ter grande paciência para os deliríos consumistas. Os dos outros, desde que não me afectem, quero lá saber! Basta, ponto final. A moderação é obrigatória e já não estou pelos ajustes. Estou a ficar irritado, mas só ligeiramente, por enquanto, com as observações directas-terceiras-frontais. É que se continuam vão mesmo levar um "vai-te foder". Escrevam, façam um filme, trabalhem, batam com a cabeça nas paredes, berrem com os vossos, atirem-se de uma ponte, mas não chateiem. A moderna franqueza não é uma qualidade é uma forma bem directa de ser mal-educado. O silêncio a uma ausência de resposta a uma provocação é a forma mais fácil de cobardia (ou, será, de inteligência?). A resposta à altura é mesmo peixeirada (ou, será, burrice?) mas sabe bem à alma, ora foda-se! Não gostam? Sempre podem comer sabão.

21/10/08

Cássia Eller



Cássia Eller morreu com 39 anos, no Rio de Janeiro, Brasil, em 2001. Era uma cantora extraordinária, versátil, com uma voz inconfundível, rouca, penetrante e, como refere numa das músicas que cantou (do Cazuza, também ele cáustico), plena de malandragem. E é um bom tema, este, o da malandragem. A música diz, às tantas, eu só peço a Deus um pouco de malandragem pois sou criança e não conheço a verdade. Acrescenta, bobeira é não viver a realidade e eu ainda tenho uma tarde inteira. A malandragem suscita, em mim, a maior vontade de não ser o oposto, o certo, o correcto. O que todos acham que deverá ser, a mim parece-me, desde logo, o errado. Gosto do risco, de viver em estado de inquietação permanente, de desfrutar do precipício, do abismo, da vontade de viver a realidade e não de me conformar só com o que me é cedido. Tudo como na música, na letra, nas palavras de Cazuza e na voz de Cássia. Tudo aquilo que, dificilmente, e por varíadissimas circunstâncias, não podemos fazer. Por isso, eu, como na música, também peço a Deus um pouco de malandragem. Peço, ainda, a Deus, que com clareza possa viver a realidade de uma forma absoluta.

17/10/08

pequenas batalhas ganhar a guerra

Eu hoje não dormi nada. Acontece. Insónia, sono inquieto, tumulto interior, suores e dores de cabeça ao acordar do entorpecimento de não ter dormido em ordem. Durante o pouco sono, nos momentos em que a minha consciência inconsciente adormecia por instantes, lembranças, sonhos, com pessoas que já não vejo há anos, com amigos que nem sei se ainda o são ou se algum dia o foram, com pequenos acontecimentos passados e presentes, sempre, ainda, com aquela pessoa que já não está comigo estando sempre. Não nos devemos esquecer de nada, verdade. A nossa consciência tende a esquecer os maus momentos e a recordar os bons. Uma boa forma de protecção. Contudo, não nos devemos esquecer de nada. A nossa vida é isso, com isso crescemos, com isso aprendemos a melhorar a nossa forma de encarar de frente as realidades que vamos escolhendo e as que nos vão sendo impostas por toda a espécie de condicionantes externas. Foda-se, não gosto que me condicionem e passam a vida a fazê-lo. Foda-se, eu gostava de ser livre, de dispersar e de não ter de me regular por quase nada. Foda-se, eu também não gosto da anarquia. Eu gosto da ordem, da razão, do meu trabalho, do meu bem-estar e do bem-estar daqueles que estão comigo. Sobretudo isso! A consciência é uma coisa pesada e a minha está sempre muito irrequieta. ("I Know that feeling", Paris, Texas - Nastassja Kinsky). Eu não vou desistir de nada, vou lutar sempre, sou um guerreiro, sempre fui, sempre encarei a vida como sucessivas batalhas que embora em contínuas perdas e vitórias têm sempre como objectivo ganhar a guerra.

13/10/08

Património

Ler um livro como este faz-nos pensar que de nada valem as discussões e as querelas, por mais antigas que sejam, com os nosssos progenitores, no caso com o nosso progenitor homem Pai. O pai é o meu pai e eu farei o mesmo que qualquer filho - se puder e estiver em tempo - tudo o que for possível. Seria melhor demonstrar-lhe em vida tudo o quanto está expresso neste livro. Uma história simples, comovente, a demonstração de um amor verdadeiro que todos os filhos deveriam (ou pelo menos gostariam) de sentir pelos seus pais. Mesmo que não eu quero pensar que sim. E penso. A escrita de Philip Roth é magnifica! Sim, não devemos esquecer nada. Pai, és o meu pai, sossega!
Património, 1991
Philip Roth

12/10/08

incrédulo

Esta coisa não é normal! Questiono se este tipo será casado com alguém. Virgem, não? Coitada, se a resposta for sim. Coitado, para uma resposta politicamente correcta. De qualquer forma, a insatisfação (e sabe-se lá mais o quê) é bem patente no que acabei de ler. Continua a espantar-me a arrogância e a falta de discernimento. Ainda por cima, com suposta intenção de ter graça. Reacções consegue, lá isso.

"Boa noite. Eu vou com as aves."

O sentimento, o estado permanece. Não sei. Dura há tempo demais. Não é uso, passa, tudo passa e passa depressa. Não é o que sucede. Mantêm-se. O choro parece ser o mais legítimo. Neste tempo, ocorre com maior violência a saudade. A saudade dos que partiram, a saudade sua, o aconchego da mãe, a saudade dos que não estão por perto. Neste tempo ocorre, também, o prazer, o contentamento, a alegria da companhia daqueles que estão por perto. E são tão intensos os momentos solitários. São tão caros os instantes. Há que reflectir sempre no que merece a pena. E o que se ganha com esta cogitação são sucessivos orgasmos; sucessivos pensamentos arrebatados para atingir a harmonia. O excesso permite tanta coisa. A indulgência permite tão pouco.

mãe

No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe


Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.


Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.


Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.


Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.


Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.


Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!


Olha — queres ouvir-me? —
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;


ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;


ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...


Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber,


Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.


Boa noite. Eu vou com as aves.




Eugénio de Andrade, in "Os Amantes Sem Dinheiro"

09/10/08

À bout de souffle






Jean-Luc Godard
Jean-Paul Belmondo
Jean Seberg
Tudo é perfeito. A combinação perfeita (realização, argumento, interpretações ...), a simplicidade, resultado intemporal. O primeiro filme de Jean-Luc Godard e um filme emblemático da Nouvelle Vague. Jean, Jean e Jean. Ver e rever, sempre.

07/10/08

viva la vida

Um domingo cheio, extenuante, sobretudo bom em conversa. Que mais não fosse, boa conversa, o regresso de amigos, gente com sentido de humor, bom, e um grande trambolhão, isso não correu tão bem. O domingo é sempre um dia desconforme, em festa fica bisonho, o vírus gripal a atacar os convivas, muito barulho por nada. A minha tosse acalmou, a disposição melhorou, a festa serviu para retemperar forças, estranho pois o dia não era o mais adequado. Pode dizer-se que foi uma festa de arromba, boa e farta comida, muita música, muita animação, muita cantoria, não faltou o desfile brilhante das aparatosas vestimentas, indescritíveis, muitas delas, uma boa maneira de descobrir tudo-o-quanto-não-se-deve-usar-em-nenhuma-circunstância. As cores fortes e as banhas a sobressair nas moçoilas, as gravatas e as camisas trepidantes e coloridas dos seus acompanhantes, os cheiros, os odores, tudo parecia resvalar em rumba, em tango, swing, a quatro, romance a quatro (calma, eram duas festas numa só). Os noivos estavam felizes, o rebento enternecia qualquer um. Que menino bonito! O mais bonito da festa foi a chegada com o rebento, enterneceu todos os presentes, o menino a acompanhar os pais com um ar muito terno. O menos bonito, apesar de tudo, não foi nada, a festa aconteceu bem, sobretudo porque quem a fez gostou de a fazer. E quem são os outros para obstar? Era domingo, um dia pesado, se fosse um outro dia tudo podia parecer melhor. Desfrutem a festa, recomendou o noivo. A amabilidade superou tudo. A gentileza é sempre superior a todo o resto. Neste estranho mundo de aparências estes valores podem estar esquecidos mas permanecem os mais importantes. As aparências iludem tanto. As aparências confundem os nossos sentidos. As aparências são tão-somente aparências. Há valores muito superiores ao que poderemos considerar o mais adequado. Ser genuíno não é para todos. E aqui ganharam muitos pontos. Viva la Vida !

03/10/08

estado

Estou doente, com gripe, cansado, desanimado e um pouco triste.
Tudo isto passa, sobretudo a tosse que já não posso com ela.
Há momentos assim, de desânimo.
Li por aí umas coisas, nuns blogues conhecidos, e penso, pensei, o que é que eu estou para aqui a fazer, a escrevinhar, a palrar, coisas sem interesse, como as que acabei de ler.
Foda-se, estou mesmo cansado. Cansa-me estar cansado. Cansa-me a sensaboria. As pessoas cansam-me muitas vezes.
Ontem, em conversa com uma amiga mais velha, confidenciou-me ela que se tem fechado aos outros porque os outros estão cada vez menos abertos a transmitir verdadeiros interesses, só banalidades. Concordo. Mas, tudo isto passa. Há outros que se vão descobrindo e que nos transmitem muita coisa.
E eu já nem digo mais nada: eu sei que tudo isto passa!

01/10/08

interferências

O orgulho nele vai crescendo à medida do seu crescimento. É espantoso como uma criança de doze anos pode revelar princípios que os adultos, geralmente os pais, mea culpa, tentam ultrapassar. Não são ilícitos, apenas pecadilhos. Os pais gostam que os filhos ganhem. A competitividade é maior nos pais do que nos próprios filhos. Sinal de perigo. As crianças precisam apenas de ser felizes. As crianças precisam, ainda, de acompanhamento na formação dos princípios que servirão de base para o resto das suas vidas. Sinal de dignidade. (...) Não posso dar os parabéns pela vitória, tinhas razão. Agora podes desistir, querendo. A promessa é que não interfiro mais.

28/09/08

Elizabeth Taylor e os rebeldes com e sem causa




Cat on a Hot Tin Roof, 1958
Richard Brooks




















A Place In The Sun, 1951
George Stevens
















Giant, 1956
George Stevens









rebeldes com e sem causa




Paul Newman
1925-2008


















Montgomery Clift
1920-1966




















James Dean
1931-1955

27/09/08

Paul & Joanne



Hoje morreu o actor Paul Newman. Tinha 83 anos e foi um dos maiores (e um dos mais bonitos) actores americanos. A agora viúva, a também actriz Joanne Woodward, era sua mulher há já muitas décadas. Bela, talentosa, carismática e sobretudo discreta. Aliás, os adjectivos aplicam-se a ambos. Há pessoas assim, bonitas sob todos os pontos de vista. Apetece-me ver Gata em Telhado de Zinco Quente.

26/09/08

eu também sim

Acho piada a pessoas que opinam sobre determinado assunto mas que necessitam de afirmar: "não o verei mais". Ou, ainda, acrescentar: "só passei os olhos". Se só passou os olhos não pode opinar; se não o vê mais é sinal que usa bastante o comando. É uma vergonha escusada. Com isso pretende afirmar o quê? Ou afirmar-se em relação a quem? A Teresa Guilherme vai ficar possessa FJV ! Que estopada! Já agora, concordo em absoluto (e sem ir ao dicionário ...) com o presidente da entidade que vigia a comunicação social. Eu como não sou presidente de nenhuma Junta estou completamente à vontade.

24/09/08

acordo e desacordo

Em completa sintonia quanto à Madonna.
Em completo desacordo quanto ao Herman.
O que é demais cansa.
Ambos, intoleravelmente insuportáveis!
Já não há paciência para tanto músculo e tanta plástica (Madonna) e para tanta ostentação e mau-gosto (Herman). Uma simbiose dos dois seria a tragédia, o horror. Já assim ...
Ambos parecem muito e não dão nada.
Chama-se a isso equívoco.
O mundo vive à sombra disso. As pessoas ávidas de pouca coisa. Portugal não foge à regra.
Quanto mais equívoco tão maior é a fama (há sempre excepções, naturalmente).

Elephant



A propósito do acontecimento trágico na escola de Kauhajoki, a 350 km de Helsínquia, onde ontem um estudante de 22 anos matou dez colegas, vale a pena recordar o que aconteceu no liceu de Columbine, E.U.A.. Gus Van Sant venceu a 56º edição de Cannes: Palma de Ouro e Prémio de Realização, com o filme “Elephant”, uma contemplação e reflexão sobre vida dos alunos, horas anteriores ao massacre que viria acontecer no liceu de Columbine – o liceu a representar a violência da sociedade americana. Vale a pena ver e reflectir. O filme é brilhante. As pessoas, neste caso as mais jovens, vivem neste mundo cada vez mais sós. Ao que isso pode levar ... , só Deus pode adivinhar.

Gus Van Sant,
Elephant, 2003

23/09/08

enlace



A noiva ia linda. O noivo transbordava felicidade. Os noivos estavam eufóricos, felizes. O casamento aconteceu bem, eu também estava feliz junto à minha família.

São mais inconfidências, revelação de segredos transmitidos em confiança. Estive para não opinar sobre este assunto mas …, apetece-me que sim!

A fotografia não é da noiva, claro, escolhi esta porque gosto do estilo da actriz (Sarah Jessica Parker) e do vestido de noiva (Vivianne Westwood). Não sei se a noiva gostaria deste, o vestido dela foi muito bem escolhido. Como disse, a noiva ia linda.

Os convidados vestiram-se menos bem, algumas excepções, poucas. Três excelentes exemplos de indumentárias difíceis de descrever, mal, não puderam fazer melhor. Quatro outros exemplos do contrário, bem, nos quatro sou quase suspeito. (Sim, reparo nisso, confesso sem culpa nem complexo.)

A festa foi animada, não cansou, antes pelo contrário, apeteceu ficar até ao fim. Sinais de que tudo correu bem, as pessoas sentiam-se bem, a festa resultou.

A emoção apoderou-se da noiva, entre o muito feliz e a preocupação do bem-estar dos convidados. O entusiasmo avassalou o noivo, pulos de contentamento, muita alegria. Nada correu mal, tudo calhou bem.

O resultado foi uma cerimónia bonita, o bem-estar a sobressair sobre qualquer outro pormenor. O resultado maior estará para vir, desejo que tudo lhes aconteça com a mesma alegria.

Parabéns aos noivos!