29/08/08

regresso

Regresso de férias. Descanso, leituras, bronze, planície alentejana e um mar azul-turquesa e mais tonalidades, já memórias, já passou. O Norte Alentejano continua lindo, mais frio, ainda mais acolhedor. Parece que as minhas origens estão lá. Mas não, estão no Douro. Voltei ao Douro, à Foz, nas férias, em leitura, depois conto. Menorca é uma ilha calma, limpa, a branco, o mar com todos os azuis do nosso imaginário. Nunca em nenhumas férias a alegria e a tristeza se empossaram (simultaneamente) com tamanha intensidade. Eu nunca me esqueço das pessoas que me dão enleio, que me afagam a cabeça e que me transmitem paz. Devolvo sempre os afectos, os verdadeiros, os que merecem a pena. Obrigado.

08/08/08

férias mais férias




Menorca
Praia, sol, areia, mais livros, mais música, mais sossego. Ginásio. Ah, e com o Guerna dali do lado. E mais, mais alguém!
Até breve.

férias



Norte Alentejano
Campo, sossego, sol, piscina (muitas braçadas), livros, música, boa comida e boa companhia.

06/08/08

The Mist

Para quem gosta de filmes de terror e não só, o medo a transformar a natureza humana tornando mais malévola a essência dos mortais do que a de monstros mortíferos, para quem se encontra completamente desiludido com o mundo onde vivemos e onde já não qualquer crença na bondade; ainda, como o fanatismo religioso atrai mais pessoas do que o verdadeiro espírito de ajuda (o medo e o pânico transformam mesmo as pessoas ...) - vale a pena ver o filme "The Mist". O final é terrível: ausência completa de fé na humanidade (“absolutamente nenhuma”, como diz uma das personagens). Especiais aplausos para a fantástica interpretação de Marcia Gay Harden (a fanática religiosa).



The Mist, 2007
Frank Darabont

02/08/08

uma vida feliz

Eu vivo uma vida feliz. A vida que escolhi, a vida que procurei, a vida que não quero perder. Por isso, uma vida feliz. O turbilhão é intenso, a tempestade acontece plúrimas vezes, vida continuada, a vida como ela é, mais uma vez. A vida continua a ser aquela que eu quero que seja. São inconfidências, revelação de segredos transmitidos em confiança, sempre. Compreender o que seja uma vida feliz não é fácil, parece-me impossível. Percepcionar apenas esse sentimento torna tudo mais simples. Parece-me que sobre este assunto é melhor nada compreender, melhor deixar fluir. A tentativa de compreensão sobre a matéria dificulta a felicidade e a tranquilidade da alma.


“Viver uma vida feliz, irmão Gálion, todas as pessoas o desejam, mas quando se trata de compreender em que consiste a vida feliz, tudo se torna menos claro; por isso, não é fácil ter uma vida feliz e, se nos enganarmos no caminho, quanto mais nos apressarmos em obtê-la, mais dela nos afastamos: quando se segue o caminho contrário, a velocidade só aumenta a distância”.

Da Vida Feliz, I, 1.
SÉNECA, A Felicidade e a Tranquilidade da Alma

a vida como ela é

Cada vez critico menos os outros, julgo, cada vez menos juízos de valor sobre os outros ocupam o meu pensamento. Parece-me escusado, cansativo, nada acrescenta. Aprecio, contudo, observar os outros, pensar sobre os seus actos, as suas atitudes, reflectir, atitude puramente egoísta, melhor forma de com os outros me poder tornar um indivíduo melhor. Pueril, inocente, lógico, claro! Ouço música, penso no que faço, na minha vida, no que a minha consciência pede, o trilho para o melhor caminho. Leio, reflicto, aperfeiçoo o meu raciocínio. A minha consciência não alivia, o raciocínio só ajuda a melhorar o carácter. Às vezes é tudo tão enfadonho. Às vezes é tudo tão repetitivo. Actos, palavras, repetições escusadas. Outras, a emoção apodera-se e o tédio transforma-se em alegria. A vida como ela é.

“Todos nós somos imponderados e imprevidentes, todos nós somos inconstantes, conflituosos, ambiciosos, (para quê esconder, com palavras mais brandas, os podres da humanidade?) todos nós somos maus. Por isso podemos encontrar em nós tudo aquilo que repreendemos nos outros.”

Da Ira, livro III, XXVI, 4.
SÉNECA, A Felicidade e a Tranquilidade da Alma