02/08/08

a vida como ela é

Cada vez critico menos os outros, julgo, cada vez menos juízos de valor sobre os outros ocupam o meu pensamento. Parece-me escusado, cansativo, nada acrescenta. Aprecio, contudo, observar os outros, pensar sobre os seus actos, as suas atitudes, reflectir, atitude puramente egoísta, melhor forma de com os outros me poder tornar um indivíduo melhor. Pueril, inocente, lógico, claro! Ouço música, penso no que faço, na minha vida, no que a minha consciência pede, o trilho para o melhor caminho. Leio, reflicto, aperfeiçoo o meu raciocínio. A minha consciência não alivia, o raciocínio só ajuda a melhorar o carácter. Às vezes é tudo tão enfadonho. Às vezes é tudo tão repetitivo. Actos, palavras, repetições escusadas. Outras, a emoção apodera-se e o tédio transforma-se em alegria. A vida como ela é.

“Todos nós somos imponderados e imprevidentes, todos nós somos inconstantes, conflituosos, ambiciosos, (para quê esconder, com palavras mais brandas, os podres da humanidade?) todos nós somos maus. Por isso podemos encontrar em nós tudo aquilo que repreendemos nos outros.”

Da Ira, livro III, XXVI, 4.
SÉNECA, A Felicidade e a Tranquilidade da Alma

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