17/05/08

casamento

Os ritos são importantes, marcam, permanecem, não se esvanecem com o tempo. O casamento, a cerimónia, a música, os convidados, pais, irmãos, família, amigos, ficam na nossa memória para sempre. Aquele dia é o dia dos amados, um dia feliz, quando sabemos que é com aquela pessoa que queremos estar ali, que aquela pessoa nos escolheu a nós para estar ali, e que não há ninguém que um dia a possa substituir, e que também nunca essa pessoa nos irá substituir, naquelas circunstâncias, noutro momento, a experiência posterior diz-nos que aquele momento não se vai mais repetir. Naquele dia, escolhemos sobretudo os nossos amigos para testemunharem o nosso ritual. Foi uma cerimónia religiosa, numa capela pequena, numa casa pequena, com torrentes de chuva, com os amigos emocionados, com palmas no início, meio e fim, com os Stones a iniciarem e a terminarem a liturgia, com um padre amigo e especial, também ele muito emocionado, com um filho no ventre, com um anjo no Céu que eu sei esteve presente na cerimónia, com os nossos pais a apadrinharem o matrimónio. A emoção esteve sempre presente, lágrimas, sobretudo foi um dia em que o amor permaneceu no ar, em todos, senti-o, sentimo-lo, disseram-nos, comoveram-se, todos estavam felizes. Chegamos depois dos convidados, juntos, de mãos dadas e fomos recebidos com uma estridente salva de palmas. Estivemos juntos, noite afora, com os nossos melhores amigos, com muita conversa, com muito riso, com muita diversão, com muitos copos, com muita alegria. Dormimos juntos, os nossos amigos dormiram lá. Acordamos juntos, tomamos o pequeno-almoço juntos, com os nossos amigos. Partimos, depois, sozinhos, numa viagem que eu pensava bem planeada. Não sabia, naqueles momentos, que era o início de uma partida para uma longa jornada, para uma longa viagem. Uma viagem impossível de delinear, muito longa, que dura até hoje e onde todos os dias temos de traçar um novo destino.

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