21/06/08

orgulho de ser português

É o choque, a tragédia e o horror! Esta não é uma frase minha, é uma frase de uma daquelas amigas, das que se entranharam. Há pouco tempo, mas já entranhada. Foda-se, sou um homem de muitas entranhas, acho que já me repito. Mas não é disso que quero falar, pelo menos agora, pelo menos em parte, já se percebe. Eu gosto do "nacional-cancionotismo". Gosto, pronto, é uma daquelas minhas fraquezas. Gosto. Gosto da Tonicha, da Simone de Oliveira, do Eduardo Nascimento, do Carlos Mendes, da Madalena Iglésias, dos Green Windowns, do José Cid, sim também deste. Gosto sobretudo do Paulo de Carvalho, "E depois do Adeus", gosto, porra, foda-se, sou português, gosto. Gosto da "Tourada", do palermóide do Fernando Tordo. Não gosto de outros, o Carlos do Carmo, por exemplo, não, socorro, sob nenhum ponto de vista artístico (sim, nem da tão aclamada voz), mas pronto, daqueles outros gosto. Tenho orgulho de ser português e todas essas vozes e músicas passaram pela minha infância, pela minha adolescência. Gosto da Concha, da Gabriela Schaaf, da Banda do Casaco, das Doce, da Manuela Bravo (só daquele tempo do balão que subia), dos Salada de Frutas, da Lena D´Água (sim gaja, também estás por estes lados embora não tencionasses), dos Trabalhadores do Comércio, do "Perfume Patcholy". Gosto, mais forte do que eu, sou português, gosto desta bravura destes nossos cantores, destas nossas vedetas, das nossas estrelas, gosto da Milú, do Vasco Santana, do António Silva, da Beatriz Costa, até da Florbela Queirós, de tantas outras, daquelas vedetas de revista e do cinema dos anos cinquenta, sessenta, setenta, daquelas que arrebatavam plateias, que faziam o gozo dos nossos pais, que nos conseguiram transmitir este gosto, o gosto de ser português, de Portugal, embora muitas vezes verdadeira pirosice nacional. Filipe, o La Féria, este não é só piroso, é vulgar, não gosto, melhor o Júlio Isidro, bom, também não. Gosto do Ary dos Santos, do Adriano Correia de Oliveira, do Fausto, do Sérgio Godinho, dos Trovante, do Vitorino, do Janita Salomé, do Zeca Afonso, do Manuel Alegre, do Carlos Paredes, do José Mário Branco, do Ruy Mingas, e de tantos outros, estes já de intervenção, estes já profundos, estes já para além. Gosto, sobretudo, de ser português, e toda esta mistura é nossa, é só nossa, é o orgulho de ser português, o orgulho de morrermos de amor pelo nosso país. Mas basta, já passou, não venham com revivalismo, mete nojo, cansa, já ninguém consegue ouvir, ver, rever, as antigas glórias, a R.T.P. cansa, está sempre com esta merda. O Júlio Isidro também já mete verdadeiro asco. Por falar nisso, o Scolari não é português, por isso que vá para a Inglaterra já que nem o Brasil, o seu país, o quer. Gosto de Portugal, da nossa selecção, mesmo que não tenha passado das quartas, meias, ou o raio que as parta finais. Eles eram bons, o seleccionador era só estrangeiro (alguns jogadores também, pelo menos, o Deco e o Pepe - mas bons). E, como na música, "quem faz um filho fá-lo por gosto". Não era o caso do vendedor de ilusões! E mesmo que fosse, o orgulho continua - nos jogadores, claro.

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