Tenho de me penitenciar, ou não. Explico-me. Geralmente escrevo sobre assuntos meus, assuntos que observo, acontecimentos, pessoas desconhecidas, ou que conheço, até sobre os meus amigos, sobre a minha família. Podem não gostar, os que se revêem nos textos, alguns com carinho, outros com ironia, outros mais venosos. São desabafos, a maioria, são os meus olhos a observar os outros, a observar o que se vai passando por aí. A mim também observam, de mim também dizem alguma coisa. Nunca o faço por mal, com intenção de magoar ou de atingir dolosamente terceiro. São fúrias, são desatinos que passam por mim e que passo para a escrita. Na verdade é a mesma coisa no dia-a-dia, frente a frente com quem quer que seja. O que escrevo não pretende ser indirecto, sempre que se proporciona também o faço cara-a-cara. Não costumo fugir disso. Sou contido mas sou também desmedido (principalmente quando me enervo e enervo-me muitas vezes). Vou dizendo aquilo que penso, aquilo que acho, sem mensurar as palavras. Ou seja, escrito ou verbal, sou assim, não me parece bem, nem mal, parece-me que é assim. Com a idade fui-me habituando a controlar os meus ímpetos, as minhas descargas de adrenalina. Não posso mudar de uma forma radical, não posso deixar de o fazer, posso controlar-me, há assuntos que não me dizem respeito mas que por vezes opino sobre eles, pretendo isso. Poderia escrever só sobre generalidades, sobre futebol (sairiam belos textos), politica, ou outras merdas que tal. Assim, de uma forma objectiva, opinar só sobre assuntos de domínio público. Mas não. Esse não seria eu, seria uma terceira pessoa, seria criar uma personagem para escrever aqui, para escrever noutro sítio qualquer. Não há censura, aqui, nem por parte de terceiros nem da minha parte. Raramente apago um texto, escrevi - fica. São inconfidências, confesso. Mas não me penitencio, concluo.
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