Uma aventura, no mínimo, qualquer passagem pelo Ikea. Ontem, pela primeira vez, decidi fazer uma compra no famoso supermercado alternativo. É a terceira vez que lá vou e, como à terceira é de vez, lá comprei dois sofás individuais. Bonitos, brancos, porreiraços, servem muito bem o objectivo, acima de tudo baratos, muito mais baratos do que no Continente. E é isso mesmo, o barato sai caro, e foi isso que se passou. O barato saiu uma grande seca, uma valente chatice, uma porra. Uma aventura para repetir um dia muito mais tarde. Abomino supermercados, aparentados, shoppings e afilhados. É que não tenho mesmo pachorra nenhuma. Sinto-me assim como, misturado numa Bimby onde os ingredientes somos mesmo nós. Triturado, amarfanhado, fodido mesmo. E cheiram mal, então ao fim-de-semana, quase um banho de esgoto. Bom, voltando ao Ikea, aquela merda começa por ser uma coisa gigante, só coisas e mais coisas e ainda mais coisas. A nossa cabeça começa logo a baralhar. Chegamos, por setas e mais setas, ao nosso destino, no meu caso à zona pretendida – a zona dos sofás. Entretanto, nesta espécie de contradança, já andamos uns bons metros emaranhados em dezenas e dezenas de mil utilidades para o lar e afins. Já na zona pretendida escolhemos o que queremos adquirir. Pois. E agora? Há que procurar alguém. Encontramos um funcionário que nos questiona sobre o que queremos. Lá dizemos. Somos informados, como se fossemos atrasados mentais, que agora, agora que escolhemos, temos de saber o código do artigo que nos indicará onde buscar o produto. A seguir a isso, teremos de andar atrás de setas e mais setas, metros e mais metros, até à zona do armazém dividida por números e secções. Lá chegados, temos de carregar o produto até à caixa de pagamento (tanto faz o tamanho, somos sempre nós). Depois, se queremos factura, temos de nos deslocar a um outro sítio – balcão central. Depois ainda, e se queremos transporte, vamos a um outro sítio celebrar um contrato de transporte. Tudo mais do que organizado. Tudo quase perfeito. Tudo uma valente merda. Um orgasmo lento, muito lento, tipo faça você próprio, use as suas mãos, por isso sai bem mais barato. Compreendi o espírito da coisa. Acho é que os orgasmos não são bem assim; não gosto de fazer tudo sozinho, não sei, tenho alguma necessidade de ajuda. Mas lá que foi uma aventura! Finalmente, no próximo sábado, entre as 10:00 e as 14:00 horas, lá tenho de esperar que me entreguem os sofás, bem sentado e em sobressalto pois se chegam e não estou passa logo para o período seguinte, entre as 14:00 e as 18:00 horas. E não é em casa (sempre podia dormir enquanto não chegassem). Isto há orgasmos demorados como o caneco! E, repito, ainda por cima sozinhos. Foda-se. E há quem goste disto! Essa de dizer que Portugal está atrasado – ou não habituado – relativamente a este modernaço conceito arrasa qualquer um. Argumento sem contra-argumento. Argumento sem arremesso. Argumento de merda. Portugal está à frente, pois claro.
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