24/08/09

Conversa Indiscreta

Acho piada à Alexandra Lencastre. Sempre achei, desde há anos atrás, desde a altura da Rua Sésamo. Acho piada ao conceito do programa Conversa Indiscreta, na TVI 24. A entrevistadora é Alexandra Lencastre. Já não acho tanta piada aos entrevistados, a alguns dos entrevistados. Os mais bizarros, execráveis mesmo, dos que assisti, foram o Diogo Infante e a Guta Moura Guedes (ficamos a saber que se chama Augusta Regina, ou qualquer coisa assim; bom, e as coisas que faz, ena, interessa-lhe tanta coisa). Diogo Infante falou de si, sobretudo como ele, homem, actor, encenador, director, como ele em tudo consegue ser tão bom, tão extraordinariamente bom, o que é uma chatice, isso de ter essa sina, a sina de ter nascido assim, bom, muito bom. Ponto final. Ele não precisa de conselhos. Ele dá-os sem autorização. Ele é extraordinário. Enfim, se não fosse como é gostaria de ser exactamente como se o fosse. Guta Moura Guedes interessa-lhe muita coisa, explica muita coisa, mas só diz banalidades, dá grandes explicações, essas, as explicações, que já quando éramos crianças as sabíamos. Ou seja, fala dela como se fosse outra pessoa. Ou seja, explica coisas sobre ela e sobre os outros de uma forma tão básica que é confrangedor. Ou seja, e melhor, tudo o que ela quer transmitir do que é como pessoa acaba por ser exactamente o oposto daquilo que está a mostrar ser. Quer ser muito e mostra que é muito pouco. Extraordinário país este, onde uma pessoa que diz o que o Diogo Infante diz (se o diz é porque é como o diz) é o Director Nacional do Teatro Nacional D. Maria II. Extraordinário país este, onde a Senhora Design não sabe dizer nada a não ser que é muita coisa. Ficamos sem saber o quê, em ambos os casos.
(eu voto na Odete Santos; a melhor entrevistada do programa)

Sem comentários: