Menorca é uma ilha branca e com um mar azul de todas as tonalidades. Domina o turquesa, o mais bonito dos azuis no mar. Além do resto, foram três livros, três portugueses, que me permitiram vaguear por vários sítios de Portugal com estadia em Espanha.
O Vasco, o que mais gostei. O Bastos, o menos mais. O valter, curiosidade minha, li uma entrevista no “Expresso”, o mais menos. Escreve-se mesmo assim, valter, com letra minúscula, aliás, bem como o livro.
O Vasco Graça-Moura escreveu um livro belíssimo, Por Detrás da Magnólia, que li em Menorca e que me fez viajar para o sítio exacto de onde eu tinha partido: a Foz, a do Douro. E por mais terras, pelo Douro acima, e por pessoas, por gentes, por outros locais que tão bem conheço. É impressionante o que faz um poeta, neste caso o Vasco. Transporta-nos para os locais, descreve-nos as pessoas, como se estivéssemos lá, como se as conhecêssemos. Sentimos os ambientes, os cheiros, todas as alegrias, todas as angústias. Ainda por cima, no meu caso, que tão bem conheço aquelas ruas, aqueles locais, o Jardim do Passeio Alegre, a Meia-Laranja, o rio, o mar, a união dos dois, os eléctricos a percorrer a marginal do Porto, as expressões típicas daqueles que sempre viveram na Foz, tocou-me particularmente. É um romance, magnifico, poético, que me fez sonhar com outros tempos, anteriores ao meu, numa época em que a Foz deveria ser mesmo um lugar especial. Ainda me lembro da Foz bem diferente da de hoje. Rural, muito rural, não como agora. Ainda é especial, ainda cá estou, ainda sinto o rio e o mar ao pé. Continuo a adormecer com o barulho do mar e o farol a avisar. Continuo a sentir o cheiro a maresia. Continuo a querer ficar aqui.
O Baptista-Bastos, confesso, li o primeiro livro, Viagem de um pai e de um filho pelas ruas da amargura. Já tinha vagueado por outros escritos de Baptista-Bastos mas nunca em romance. Não achei belíssimo, nada semelhante, pareceu-me amargo, triste e forçado. Ode à amargura, à tristeza, escrita muito precisa, pareceu-me demasiado pensada. Mas, as personagens comovem, a viagem do pai e do filho transtorna o nosso espírito. Lisboa é o local, as personagens deambulam pelas suas ruelas e conversam numa taberna. É triste, muito triste. A personagem do pai nunca está ali, inventa sempre outros locais onde preferia (ou não) e acredita (desacreditando) ter estado. O livro fala do amor, da morte, de solidão, de amargura e de forte resignação. Urbano Tavares Rodrigues refere que se trata de uma obra-prima. Um livro sublime. Eu não senti isso. Eu só vi um grande esforço na criação de um livro diferente. Não fiquei convencido (nem precisava de ficar, claro).
O valter hugo mãe é o mais menos dos três. O livro o apocalipse dos trabalhadores não me pareceu quase nada. Pareceu-me minúsculo, como só as minúsculas no livro utilizadas. As personagens, mulheres-a-dias, um reformado, um jovem ucraniano, tudo à toa numa cidade do interior, em Bragança. A acção lenta, pegajosa, desalento, tristeza, tudo numa escrita escorreita mas sem fulgor nenhum. Sentimo-nos perdidos, sós. Portugal com imigrantes a mais, as gentes de Bragança perturbadas com essa incursão, os imigrantes também. Há alguma emoção. As personagens sentem-se todas sós, todas sem rumo, ou as que vivem no seu país ou as que vivem num país estrangeiro. Não vi mais nada. Só isso. Às vezes costumo ver muito pouca coisa.
O Vasco, o que mais gostei. O Bastos, o menos mais. O valter, curiosidade minha, li uma entrevista no “Expresso”, o mais menos. Escreve-se mesmo assim, valter, com letra minúscula, aliás, bem como o livro.
O Vasco Graça-Moura escreveu um livro belíssimo, Por Detrás da Magnólia, que li em Menorca e que me fez viajar para o sítio exacto de onde eu tinha partido: a Foz, a do Douro. E por mais terras, pelo Douro acima, e por pessoas, por gentes, por outros locais que tão bem conheço. É impressionante o que faz um poeta, neste caso o Vasco. Transporta-nos para os locais, descreve-nos as pessoas, como se estivéssemos lá, como se as conhecêssemos. Sentimos os ambientes, os cheiros, todas as alegrias, todas as angústias. Ainda por cima, no meu caso, que tão bem conheço aquelas ruas, aqueles locais, o Jardim do Passeio Alegre, a Meia-Laranja, o rio, o mar, a união dos dois, os eléctricos a percorrer a marginal do Porto, as expressões típicas daqueles que sempre viveram na Foz, tocou-me particularmente. É um romance, magnifico, poético, que me fez sonhar com outros tempos, anteriores ao meu, numa época em que a Foz deveria ser mesmo um lugar especial. Ainda me lembro da Foz bem diferente da de hoje. Rural, muito rural, não como agora. Ainda é especial, ainda cá estou, ainda sinto o rio e o mar ao pé. Continuo a adormecer com o barulho do mar e o farol a avisar. Continuo a sentir o cheiro a maresia. Continuo a querer ficar aqui.
O Baptista-Bastos, confesso, li o primeiro livro, Viagem de um pai e de um filho pelas ruas da amargura. Já tinha vagueado por outros escritos de Baptista-Bastos mas nunca em romance. Não achei belíssimo, nada semelhante, pareceu-me amargo, triste e forçado. Ode à amargura, à tristeza, escrita muito precisa, pareceu-me demasiado pensada. Mas, as personagens comovem, a viagem do pai e do filho transtorna o nosso espírito. Lisboa é o local, as personagens deambulam pelas suas ruelas e conversam numa taberna. É triste, muito triste. A personagem do pai nunca está ali, inventa sempre outros locais onde preferia (ou não) e acredita (desacreditando) ter estado. O livro fala do amor, da morte, de solidão, de amargura e de forte resignação. Urbano Tavares Rodrigues refere que se trata de uma obra-prima. Um livro sublime. Eu não senti isso. Eu só vi um grande esforço na criação de um livro diferente. Não fiquei convencido (nem precisava de ficar, claro).
O valter hugo mãe é o mais menos dos três. O livro o apocalipse dos trabalhadores não me pareceu quase nada. Pareceu-me minúsculo, como só as minúsculas no livro utilizadas. As personagens, mulheres-a-dias, um reformado, um jovem ucraniano, tudo à toa numa cidade do interior, em Bragança. A acção lenta, pegajosa, desalento, tristeza, tudo numa escrita escorreita mas sem fulgor nenhum. Sentimo-nos perdidos, sós. Portugal com imigrantes a mais, as gentes de Bragança perturbadas com essa incursão, os imigrantes também. Há alguma emoção. As personagens sentem-se todas sós, todas sem rumo, ou as que vivem no seu país ou as que vivem num país estrangeiro. Não vi mais nada. Só isso. Às vezes costumo ver muito pouca coisa.
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