27/12/08

Reviver o Passado em Brideshead

Ao escrever este texto ainda só revi parte ínfima de Reviver o Passado em Brideshead. Estou no quarto de doze episódios. É a terceira vez que vejo e outras tantas verei, tantas quanto me apetecer. Está aqui à mão e é a melhor série de televisão que vi em toda a minha vida. Escrevo este texto ao som de uma música, ao som de uma melodia com uma suavidade perfeita. A da série. A emoção apodera-se. O regozijo é deveras incomensurável. É uma obra arrebatadora. São as emoções ao rubro, o assombro visual a entrar por nós adentro. E mais será mas que não consigo escrever e só sentir. Já a ofereci a algumas pessoas, por esta altura de Natal. E esta é uma boa época para a ver, para a sentir, o espírito de amizade, da profunda amizade, o mais belo dos sentimentos. E é isso o Natal. Jeremy Irons (Charles Ryder) e Anthony Andrews (Sebastian Flyte) interpretam as suas personagens de uma forma notável. Diana Quick (Julia Flyte) belíssima e perversamente arrogante. Alguns dos actores convidados, Claire Bloom, Sir Laurence Olivier e Sir John Gielgud, mais do que superiores: o melhor do mundo, a supremacia do teatro britânico. O argumento (baseado no romance de Evelyn Waugh), a música (composta e orquestrada por Geoffrey Burgon), os ambientes, todas as personagens, a alegria, a tristeza, vários sentimentos apoderam-se de nós. Para ver, e rever, e voltar a ver.

“ (…) os afectos de nossa alma, se são extremamente intensos, ateiam-se pela vizinhança ao corpo, chegando o corpo a padecer por enfermidade o que a alma padece por sentimento.” (S, VIII, 38). Padre António Vieira

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