06/12/08

detalhes

Às vezes parece tudo tão sério.
Outras, parece que anda tudo a gozar.
Foda-se, se não somos autênticos não vale a pena.
Eu não posso pensar que estou com alguém e esse alguém não é ninguém pois é tudo menos aquilo que está a mostrar.
E isto acontece todos os dias, a todas as horas, a todos os momentos.
Se não vivemos com alguma inocência não podemos ser brava gente.
Inocência, coragem, determinação e força.
Inteligência sempre alerta.
Tudo finge, mas só o poeta é que é o verdadeiro fingidor.
Ontem encontrei um velho amigo, conhecido.
Tão pueril, tão inocente, ainda, passados tantos anos.
O extremo oposto.
Até comoveu, até doeu. Igual a tantos anos atrás, tão só, tão triste, sem ninguém. Será? Pareceu.
O que terá pensado deste lado daqui?
Quase nem falei, quase nem opinei. Fiquei a ouvir. Fiquei a observar.
Sentiu-se desconfortável, senti. Foi embora. Não perguntou por nada. Eu não me atrevi a perguntar por quase nada. Limitou-se a falar dos nossos colegas "famosos", a dizer mal, a dizer que não aparecem bem em televisão, que estão velhos, carecas, gordos, a televisão não os favorece, a vida deles não vale nada. Como é que isto é possível?
Achei tão triste. Afinal que vida, ou que vidas, merecem a pena amigo?
É tudo tão simples, basta olhar de frente.
É tudo tão simples, basta construir alguma coisa.
É tudo tão simples, basta viver bem.
A felicidade, de qualquer forma, é tão abstracta.

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