João Bénard da Costa trouxe-me "Muito lá de Casa” e confirmei as muitas coincidências entre os meus e o que eram o cinema, os actores e os realizadores dele. Pier Paolo Pasolini apresentou-me “Teorema” e fiquei a perceber que as pessoas (vida burguesa, imersa no vazio existencial …) que rodeavam a praia onde estava eram, aparentemente, muito parecidas com as personagens daquele livro (senti-me desconfortável, incomodado, Pasolini deixa sempre essa sensação de repulsa). De Chico Buarque D´Holanda li “Leite Derramado” e deambulei pela saga familiar, vista por um velho muito velho, caracterizada pela decadência social e económica ao longo de dois séculos da História do Brasil. Acompanhei Miguel Sousa Tavares numa viagem ao Sahara com a sua amiga Cláudia e fiquei admirado (sim, é essa a palavra) com a sensibilidade de Sousa Tavares, "No Teu Deserto, Quase Romance", no deserto dele, no deserto da amiga. "Caos Calmo" deu-me (ou está a dar-me, ainda não terminei) a perceber que muito o que se escreve sobre filmes, sobre as interpretações nos filmes, são puras invenções dos críticos. O livro é tão bom como o filme, Nanni Moretti não é o personagem principal, o personagem principal foi inventado pelo escritor Sandro Veronesi. As leituras de férias passaram ainda por uma vista de olhos a João Ubaldo Ribeiro, à Ilha de Itaparica, à história de Deoquinha Jegue Ruço casado com Benedita, em "Miséria e grandeza do amor de Benedita". E assim, entre outras coisas, se passaram as minhas melhores férias dos últimos anos. Deus é Brasileiro mas o Brasil é muito português.
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2 comentários:
Eu é Borrêêêgo!
LOL. No Alentejo é costume. LOL
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