31/12/09

Feliz Ano Novo

Feliz Ano Novo
Glückliches Neues Jahr
Feliz Año Nuevo
Felicigan Novan Jaron
Heureuse Nouvelle Année
Feliz Aninovo
Shaná Tová
Happy New Year
Felice Nuovo Anno
Akemashite Omedetou Gozaimasuhá

29/12/09

Era da Graça

Porque é que as pessoas mentem?
Porque é que as pessoas fogem?
Porque é que as pessoas têm medo?
Porque é que as pessoas são tão subservientes?
Porque é que nada é o que parece e tudo parece tão evidente?
Porque é que não há estima?
Porque é que eu não paro de fazer perguntas? Que dúvidas posso ter se já tenho as suspeitas das atitudes?
Porque é que vou aprendendo coisas e continuo a saber que pouco sei?
Porquê?
Este ano de 2009 foi um ano especial, de mudanças, a vários níveis, na minha existência e na existência dos que me rodeiam. Perdi. Ganhei mais. As perdas, quando acontecem, é porque não nos estavam destinadas. Deixam de ser perdas, passam a ser aprendizagens. Os ganhos, quando nos tomam, são estímulos. E esses, os estímulos, são sempre estágios da nossa evolução.
Este ano de 2009 não foi um ano mau, nenhum ano é mau para quem gosta de desafios, de despiques. Este ano foi um ano bom. E se as perdas existiram os ganhos foram maiores. Este ano de 2009 foi um ano de desafios, de estímulos, de aventuras, novidades, de grandes emoções. Aliás, as emoções acompanham a minha existência, a de todos, e são elas que nos movem, que nos orientam para sermos bons.

Eu não minto. Omito, não sou perfeito.
Eu não fujo. Esquivo-me, não sou pateta.
Eu não tenho medo. O meu medo é o medo de ter medo.
Eu não sou subserviente. A honra e o respeito não mo permitem.
Eu estimo. Não deixo é que me abocanhem.
Eu nunca deixarei de questionar, seja o que for.
Eu só sei pouca coisa porque há tanta coisa a saber que quanto mais sei mais percebo que tenho de conhecer mais.
Percebi, ao longo dos anos, que só perdi uma pessoa. E mesmo Essa, e porque Anno Domini, não perdi. Anno Domini Nostri Jesu Christi.
Amen.

24/12/09

Feliz Natal



Uma escultura do atelier alemão de design Sholtz & Friends. Está em Bebelplatz, em Berlim, no local onde os nazis queimaram cerca de 20 mil livros, em 1933 (publicada em Casa das Letras). Este, também, e sobretudo, é o espírito do Natal. Liberdade, Dignidade e Honra. Nunca subserviência, isso só significa desrespeito. Esta escultura significa para mim o verdadeiro sentimento Natalício. Feliz Natal !

15/12/09

Don't Give Up

Volto já, para falar sobre o Tarantino, sobre nunca desistir e outras coisas que mais. Entretanto, claro, Don't Give Up. Never!

08/12/09

breaking the waves soundtrack

Maria João Seixas



Maria João Seixas é a nova directora da Cinemateca Portuguesa.

Ainda se fazem escolhas acertadas em Portugal. Ainda bem que não foi por Referendo, ainda podia calhar a namorada do Sócrates !

06/12/09

The White Ribbon

" A saga lancinante de brutalidade e culpa colectiva, numa aldeia do Norte da Alemanha, vinte anos antes de Hitler ascender ao poder. O sítio é perturbado por actos aparentemente aleatórios de violência. Vemos a aldeia através de cinco famílias - as do barão, do seu mordomo, de um rendeiro, do médico da vila, do sacerdote - e através dos olhos do professor, vindo de fora. Tanto ele como nós percebemos rapidamente que as crianças estão a ser ensinadas a acreditar que o Céu as observa e que o Inferno as espera. Nesta aldeia, porém, o papel de Deus é muitas vezes assumido pelos austeros pais. Quando o pai descobre que o filho se masturba, mantêm-no de braços atados durante todas as noites. Uma vez, há um incêndio. O miúdo pede ao irmão mais novo para o libertar. Ele recusa-se: "O pai disse-me para não desatar". Se o espírito dos cúmplices alemães, durante o Terceiro Reich, pudesse ser definido numa frase, seria nesta."

Visão, 3 de Dezembro de 2009
The White Ribbon, Michael Haneke. Palma de Ouro Cannes 2009.
O filme estreia em Portugal a 7 de Janeiro de 2010. Lá estarei, claro.



Michael Haneke não é um cineasta para todos, infelizmente. O medo dá medo e ouço absurdos de que o medo, o terror, o mal-estar, causados pelos seus filmes não podem ser arte. Que é arrogância. Que se trata de exibicionismo. Discordo, em absoluto. Alguma, muita provocação, mas isso não é mau. Os filmes de Michael Haneke são sempre surpreendentes, estimulantes, duros, por isso e também deveras incitadores. Não são banais, estou cansado de coisas banais, coisinhas que não importam nada.


Alguns exemplos:
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Funny Games, versão 1997: A violência não acontece só nos filmes, o tipo de violência mostrada no filme é hoje (ou sempre foi) generalizada. Medo? Claro. As pessoas revêem-se na possibilidade de irem-se e passarem pelo mesmo.
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La Pianiste, 2001: Antes de mais, claro, Isabelle Huppert. Esta mulher deixa-nos sem fôlego, quase sempre. A mim, sempre. Depois, os mistérios da aparente normalidade e os segredos profundos que se guardam. Até onde nos levam as perversões não aparentes? A repressão impede-nos de muita coisa ou liberta-nos para os piores instintos.
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Caché, 2005: A culpa. Todos somos reféns dela, da angústia, do medo, do mal que podemos ter feito, do mal que fizemos e que queremos esquecer (a nossa consciência nem nos deixa a lembrança). A culpa persegue-nos, sempre.
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Code Inconnu, 2000: A raiva traz sempre consequências terríveis e inesperadas.

Uma forma de arte está obrigada a confrontar a realidade, a tentar encontrar um pequeno pedaço da verdade. Michael Haneke.