29/01/09

sim, é mesmo isso ...

Em género, número e grau!
Uma excepção ...
O Nuno Lopes é a maior figura. O Bruno Nogueira não. Antes, muito antes, o Cebola Mole (Eduardo Madeira).

27/01/09

...




Estilo, sem qualquer espécie de preconceito, sem qualquer espécie de nojo, seria a Breakfast at Tiffany's com Audrey Hepburn. Já que se exige glamour (texto infra) quem melhor para ilustrar? Bola branca.
  1. Breakfast at Tiffany ´s, Blake Edwards, 1961

paralelismos

SAVAGE GRACE, de Tom Kalin, conta uma história verídica de incesto, de desvios sexuais e alucinações, tudo na vida de uma aparente família normal que nada tem de normal. Diria mesmo que são, foram, ordinários, vulgares, aberrantes e repulsivos. Ninguém deve atirar pedras, sei. Julianne Moore, a mãe, irrepreensível, brilhante, uma extraordinária actriz, mas que não precisava de ter interpretado este papel. Acho. Causa repulsa, nojo, é uma fantástica actriz, era isso o pretendido, mas eu não gostei de a ver no filme. A reconstituição da (s) época (s), o requinte das personagens, dos ambientes, dos locais, do guarda-roupa, tudo sublinha e causa ainda mais o asco. Preconceito, sei. Se se tratasse de um ambiente como em BRUTTI SPORCHI E CATTIVI, de Ettore Scola, nada nos pareceria tão repugnante, ou até sim, mas a vida ali já é tão miserável que mais miséria menos miséria, tudo se compreende melhor. Preconceito, sei. Em Brutti Sporchi e Cattivi do feio nasce o belo. Ao contrário, em Savage Grace, do belo (aparente) nasce o feio. Não gostei. Roça o extremo mau gosto. Julianne Moore é e está belíssima (não gosto de estereótipos). Os restantes actores deambulam. O filho (mais do que estereótipo) causa náuseas. A realidade ultrapassa a ficção. Desculpem-me os acérrimos cinéfilos e os defensores da originalidade (forçada). Os parêntesis são obrigatórios. Bola preta.
  • Savage Grace, Tom Kalin, 2007
  • Brutti Sporchi e Cattivi, Ettore Scola, 1976

22/01/09

mudanças

Estou num espaço novo. Continuo no antigo, que muito estimo, que muito prezo, mas agora tenho o meu próprio sítio. Aqui, neste novo lugar, ainda o sinto vazio, ainda o sinto deserto, sinto-me bem, um pouco perdido ainda. É meu, só meu, e quero que resulte em pleno. Claro que vai resultar, sou guerreiro, lutador, um verdadeiro self-made-man. Sempre fui, gosto que assim seja, confio em mim, sempre. Se não fosse assim não andaria sozinho nesta profissão, já lá vão catorze anos. Curioso, sempre achei (e acho) que são os outros que nos devem avaliar mas vamos caindo sempre nas mesmas ratoeiras. Como agora. São mudanças, mudanças atrás de mudanças. E, como dizia Camões, o mundo é composto por elas. Às vezes dói. Fortalece, sempre.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já foi coberto de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Luís de Camões

20/01/09

Who´ s Afraid of Virginia Woolf ?

Elizabeth Taylor e Richard Burton
Mike Nichols
1966

Consta a história, da ficção para o real ou vice-versa, que Elizabeth Taylor e Richard Burton, então casados na vida real, inspiraram-se nas suas próprias zangas e bebedeiras para interpretar (magistralmente) as suas personagens neste filme. Que porcaria de vida. Que belo filme. Eis a diferença. Imperdível!

18/01/09

What Ever Happened to Baby Jane?





Bette Davis e Joan Crawford
Robert Aldrich
1962
Da ficção para o real ou vice-versa:
"Joan Crawford e eu nunca fomos amigas calorosas. Nunca fomos simpáticas. Eu a admiro e, ao mesmo tempo, sinto-me desconfortável com ela. Para mim, ela é a personificação de uma estrela de cinema. Eu sempre tive a impressão de que sua melhor performance era Crawford interpretando Crawford."
Bette Davis

17/01/09

Liv Ulmann



Liv Ulmann

Sonata de Outuno. Estamos no Inverno. Está frio. E a calma e a tranquildade apoquentam a normalidade do ser. Mas é bom, é reconfortante. Sim, mais Bergman do que Almodóvar. Sim, a beleza está no olhar. Sim, não há como a nostalgia, bela na tempestade do pensamento. Sim, a aparência é tão fugaz, ao mesmo tempo tão banal.

15/01/09

...

Acabei de assistir a um duelo entre Doutrina e Jurisprudência em plena de sala de audiência de julgamento. Eu, um Ilustre Colega professor universitário e a Exma. Senhora Juíza. Claro, eu era o anjo no meio do duelo. Pois, não seria bem. Lembrei-me dos textos infra, escritos noutro tempo, noutro local, e a outro propósito. Mas adequam-se à minha manhã de hoje e por isso aqui ficam.

jurisprudência

Escreve-se quando há vontade de escrever. Eu, por “deformação profissional”, e não só, escrevo em catadupa, jorro palavras ao desbarato. Raramente corrijo o que escrevo, muito menos admoesto o que escrevo, só depois, se for possível, quase nunca é. E assim tem sido, e assim é, e as consequências, por aqui ou por outros flancos, chegarão. Tenho uma ideia, pego na caneta (bom, no teclado) e aí vai, o que sair saiu. É a intuição, mais do que a razão: nem sempre funciona, assim seja. Ora isto tem, obviamente, as suas contrariedades. Há quem goste, há quem pense que poderia ser mais cauteloso, há quem não goste e há quem pense, palermas, sei lá o quê. As consequências, aqui, serão os elogios (sim, também os há), os insultos (ok, aceito), as indirectas (nunca aceito, não gosto de gente mesquinha), a indiferença (é-me indiferente, quero acreditar), o despeito (pobres criaturas), o amuo (que se há-de fazer) e o mais quase nada. Nos outros flancos, confesso, já tinha confessado, faço o mesmo: penso, e desato a rabiscar e vai o que sair (ora, ora, e para onde vai, logo para aquela coisa, ligada ao juízo, na terra, de todos nós, os inúteis mortais – bom, muitas vezes é o que pensam aquelas excelsas, supremas, altíssimas criaturas que ocupam aqueles lugares – Nós (com letra maiúscula, o nós, claro) aqui, Deus no céu.

Isto tudo para quê?

A bem ou a mal, nós escrevemos, pensamos, aquilo que nos vai na real gana. Ora porque queremos atirar umas farpas, ora porque temos de o fazer pelas mais diversas circunstâncias, pelo trabalho, ora porque sim, porque temos o direito de pensar, de escrever, de opinar, mesmo que de uma forma patética. Agora, alguém achar, pensar, que não podemos escrever, opinar, dar erros, mandar foder o raio que os parta, só porque, alguém, daqueles que falei antes, os excelsos (gosto desta palavra) acham que não, que não deveríamos sequer ter a ousadia de o fazer! Dá vontade de rir, de mandar os magnificentes para a grande puta que os pariu. Não por palavras, não por actos, que isso seria excelso (e quem o quer ser a não ser os próprios?), mas sim por pena, com um sentimento de profunda pena por aqueles pobres iluminados. Engraçado pensar que julgam, opinam, sempre como se fosse o dia do Juízo Final.

Se não admoestamos o que escrevemos porque raio os pobres iluminados o têm de fazer?

Tenho a afirmar que no contexto referido há pessoas assim, parece-me; felizmente, tenho encontrado mais pessoas que não, que não se acham Deus, mas pessoas, homens, e como a maioria com temor de avaliar mal.

doutrina

Mesmo para desopilar, apetece-me mandar para o caralho os filhos da puta dos doutorados em Direito que pensam que isso lhes dá governo para opinar com especial sapiência. Pronto, fica registado: vão para o caralho, não me apetece estar a aturar-vos, nem a perder especial tempo com Vossas Excelências. Desculpem os simpáticos, os verdadeiros sapientes, sei que existem e aí conecto a minha parca sabedoria com a muita deles. O meu doutoramento passará por outro território: pela arte, pelo cinema. O meu saber continuará em Direito, que gosto, aprecio e, sobretudo, honro, quero honrar. Isto só interessa a mim, claro. Este espaço também é meu, foda-se.

14/01/09

corre sangue português nas nossas veias...



... disseram-me as Baianas da foto por altura de Páscoa do ano passado. A alegria é sempre contagiante. A alegria é sempre necessária. Mesmo hoje, mesmo ontem, estalado que ficou o espelho mágico. E boa sorte para o dia de hoje para a estrela cintilante a ser examinada.

espelho mágico

Quando somos confrontados com factos que prevemos de antemão e, mesmo assim, não os evitamos, estamos a permitir que as consequências se agravem mesmo sabendo antecipadamente desse agravamento. Estaremos a ser ingénuos, infantis, precipitados, caprichosos, ou simplesmente estúpidos? Tudo junto. Mais estúpidos do que qualquer outro adjectivo. Quando damos algo de nós a uma terceira pessoa podemos receber troca (pelo menos mais do que se não dermos nada); porém, as consequências do dar são bem mais gravosas das do não dar. Ficamos expostos. Ficamos fragilizados. Ficamos à mercê. O que sai do nosso intimo deixa de ser nosso e vai ser partilhado, avaliado, por aqueles a quem damos, aqueles de quem gostamos. A fronteira entre o dar e o não dar é difícil de determinar. A culpa e a responsabilidade são sempre nossas. Este jogo é sempre um risco. Perdemos e ganhamos sucessivamente. A vida como ela é, ou não é, ou nada, ou tudo.

12/01/09

orgulho em ser português


Globos de Ouro 2009

E porque aqui também se gosta de cinema (e muito), e porque o cinema americano é tão bom como outro qualquer, sem preconceito acabando por tropeçar nele, aqui fica a lista dos premiados:
Cinema
Drama Melhor Filme – Slumdog Millionaire
Melhor Actor Principal – Mickey Rourke por “The Wrestler”
Melhor Actriz Principal – Kate Winslet por “Revolutionary Road”
Cinema – Comédia
Musical Melhor Filme – Vicky Christina Barcelona
Melhor Actor Principal – Colin Farrell por “In Bruges”
Melhor Actriz Principal – Sally Hawkins por “Happy-Go-Lucky”
Cinema – Geral
Melhor Realizador – Danny Boyle por “Slumdog Millionaire”
Melhor Actor Secundário – Heath Ledger por “The Dark Knight”
Melhor Actriz Secundária – Kate Winslet por “The Reader”
Melhor Filme de Animação – WALL-E
Melhor Filme Estrangeiro – Waltz with Bashir
Melhor Argumento – Slumdog Millionaire de Simon Beafoy
Melhor Banda Sonora – Slumdog Millionaire
Melhor Musica Original – The Wrestler – Tema de Bruce Springsteen
Televisão
Drama Melhor Série – Mad Men
Melhor Actor Principal – Gabriel Byrne por “In Treatment”
Melhor Actriz Principal – Anna Paquin por “True Blood”
Televisão – Musical
Comédia Melhor Série – 30 Rock
Melhor Actor Principal – Alec Baldwin por “30 Rock”
Melhor Actriz Principal – Tina Fey por “30 Rock”
Televisão Geral
Melhor Mini-Série – John Adams
Melhor Actor numa Mini-Série ou TeleFilme – Paul Giamatti por “John Adams”
Melhor Actriz numa Mini-Série ou TeleFilme – Laura Linney por “John Adams”
Melhor Actriz Secundária – Laura Dern por “Recount”
Melhor Actor Secundário – Tom Wilkinson por “John Adams”
Cecil B. DeMille Award – Steven Spielberg

...

A descobrir ! A ver vamos.
A ser descoberto, a ver (não) esperamos.

11/01/09

a vida é misteriosa ...

... tão misteriosa que se nem nós sabemos o destino dela ..., que fará os outros apreciarem (pior ainda, avaliarem) a nossa consciência, a nossa vida, as nossas opções? ... wrong, very, very wrong! (não devemos pois cair no mesmo erro. será por isso que andamos sempre aos tombos?)

09/01/09

hoje acontece tragédia no Porto ...


sem comentários

hoje neva no Porto ...


angústia

Sinto um aperto no coração.
E isso poderá não ser bom sinal, ou, sabe-se lá, até ser.
Se nada sentisse seria pior.
Então, melhor sentir um aperto no coração do que senti-lo esvaziado.
Mas não! Afinal não.
O meu coração transborda de profundos afectos (e amor).
Tão profundos que apertam o meu coração.
Tão profundos que não permitem o esgotamento.
Tão profundos que dão alento a todas as contrariedades e protegem de todas as angústias.
Mas isto, por si, é angústia.
Leve, passageira, passa. Como todas as angústias. Como todas as ânsias.
Só. Nada mais.

07/01/09

uma aventura

Uma aventura, no mínimo, qualquer passagem pelo Ikea. Ontem, pela primeira vez, decidi fazer uma compra no famoso supermercado alternativo. É a terceira vez que lá vou e, como à terceira é de vez, lá comprei dois sofás individuais. Bonitos, brancos, porreiraços, servem muito bem o objectivo, acima de tudo baratos, muito mais baratos do que no Continente. E é isso mesmo, o barato sai caro, e foi isso que se passou. O barato saiu uma grande seca, uma valente chatice, uma porra. Uma aventura para repetir um dia muito mais tarde. Abomino supermercados, aparentados, shoppings e afilhados. É que não tenho mesmo pachorra nenhuma. Sinto-me assim como, misturado numa Bimby onde os ingredientes somos mesmo nós. Triturado, amarfanhado, fodido mesmo. E cheiram mal, então ao fim-de-semana, quase um banho de esgoto. Bom, voltando ao Ikea, aquela merda começa por ser uma coisa gigante, só coisas e mais coisas e ainda mais coisas. A nossa cabeça começa logo a baralhar. Chegamos, por setas e mais setas, ao nosso destino, no meu caso à zona pretendida – a zona dos sofás. Entretanto, nesta espécie de contradança, já andamos uns bons metros emaranhados em dezenas e dezenas de mil utilidades para o lar e afins. Já na zona pretendida escolhemos o que queremos adquirir. Pois. E agora? Há que procurar alguém. Encontramos um funcionário que nos questiona sobre o que queremos. Lá dizemos. Somos informados, como se fossemos atrasados mentais, que agora, agora que escolhemos, temos de saber o código do artigo que nos indicará onde buscar o produto. A seguir a isso, teremos de andar atrás de setas e mais setas, metros e mais metros, até à zona do armazém dividida por números e secções. Lá chegados, temos de carregar o produto até à caixa de pagamento (tanto faz o tamanho, somos sempre nós). Depois, se queremos factura, temos de nos deslocar a um outro sítio – balcão central. Depois ainda, e se queremos transporte, vamos a um outro sítio celebrar um contrato de transporte. Tudo mais do que organizado. Tudo quase perfeito. Tudo uma valente merda. Um orgasmo lento, muito lento, tipo faça você próprio, use as suas mãos, por isso sai bem mais barato. Compreendi o espírito da coisa. Acho é que os orgasmos não são bem assim; não gosto de fazer tudo sozinho, não sei, tenho alguma necessidade de ajuda. Mas lá que foi uma aventura! Finalmente, no próximo sábado, entre as 10:00 e as 14:00 horas, lá tenho de esperar que me entreguem os sofás, bem sentado e em sobressalto pois se chegam e não estou passa logo para o período seguinte, entre as 14:00 e as 18:00 horas. E não é em casa (sempre podia dormir enquanto não chegassem). Isto há orgasmos demorados como o caneco! E, repito, ainda por cima sozinhos. Foda-se. E há quem goste disto! Essa de dizer que Portugal está atrasado – ou não habituado – relativamente a este modernaço conceito arrasa qualquer um. Argumento sem contra-argumento. Argumento sem arremesso. Argumento de merda. Portugal está à frente, pois claro.

06/01/09

aniversário.

Sou do Norte. Nasci na Foz, do rio Douro, no Porto, claro. Ali vivo e é à frente do rio e do mar que me sinto feliz (aqui ao lado). Se tivesse de escolher um outro local não viveria em mais lado nenhum. Mas, Castelo de Vide é, e sempre será, a terra da minha eleição. Foi lá que passei dos momentos mais felizes da minha vida. Foi lá, e por causa de lá, que nasceu a pessoa mais importante da minha vida e que deu origem (claro que indirectamente) a que faça hoje treze anos de casamento. Hoje é dia de Reis. Há alturas na minha vida em que me sinto um príncipe tantas as alegrias acentuadas pelos constantes atropelos por que vamos passando. Sinto-me feliz. Sempre inconstante, mas a felicidade não é fácil de alcançar de tão abstracta que é (espécie de rewind - já referi algures que a felicidade é abstracta).

04/01/09

...



Ano Novo, Vida Nova. Gostava de deixar de fumar. Para início. Amanhã começa uma nova etapa da minha vida. Há sempre tanta coisa nova. Sabemos tão pouco. Um ano de 2009 em força. Um desejo meu para mim. Egoísmo ou determinação? Interessa? Não. A Kate Moss, insisto, tem muita pinta.

03/01/09

recordação

Hoje é o segundo aniversário da morte de meu sogro. É um homem que recordo com especial carinho. Era um homem bom, e eu gosto de pessoas boas. Era um homem discreto, vou respeitar a sua decrição, a decrição que alguns dos seus oito filhos herdaram. O mais velho e a mais nova, mais do que os outros. O neto que é meu filho tambem herdou a sua descrição e a sua bondade. E, por isso, não vou escrever sobre ele, só recordá-lo. Deixou-me saudade, como todas as pessoas que passam pela nossa vida e de quem gostamos. Que descanse em paz, eu penso nele em várias ocasiões. Hoje mais.

01/01/09

ano novo

Feliz Ano Novo
Para a minha família, para todos os meus amigos e para aqueles que vão passando por aqui. Tranquilidade a todos os níveis. Força. Determinação. Arrojo. Nunca, mas nunca, esmorecimento. Poucos lamentos, muitas alegrias.
Graça Morais
Lamento da Gaivota